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Patinhas: Realçar o papel mobilizador do PCdoB

Parte 1
As Teses apresentadas pelo Comitê Central para o debate na militância no processo do 13º congresso fazem um balanço positivo dos quase onze anos do novo ciclo político inaugurado por Lula e sequenciado por Dilma.
Por Carlos Augusto Diógenes Pinheiro “Patinhas” *

Ampliação da democracia, redução da pobreza, defesa da soberania nacional, avanço nos direitos dos trabalhadores, integração solidária na América Latina são legados positivos para a continuidade da luta do povo brasileiro na sua caminhada por um Brasil desenvolvido, socialmente justo e soberano.

Este legado foi conquistado enfrentando uma reação renhida de um sistema articulado de oposição reunindo partidos de direita – PSDB, DEM, PPS -, a mídia oligopolizada e setores conservadores incrustados no aparelho do Estado que buscam impedir de todos os meios que as forças progressistas, democráticas e populares avancem na caminhada de construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento – NPND – descortinando novos e promissores horizontes para o país.

As massivas manifestações ocorridas em 2013 mostram que o povo está disposto a lutar pela continuidade e aceleração do processo de mudanças no país, pois ainda persistem grandes desigualdades sociais que foram acumuladas durante séculos e agravadas nos governos neoliberais de FHC. E mais, essas manifestações fizeram aflorar para a pauta política bandeiras de reformas estruturantes de cunho democrático, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação, essenciais que são para o avanço do ciclo progressista que vivenciamos.

Na verdade vai se desenhando um quadro futuro de confronto, de intensa luta política entre os setores que querem o avanço nas transformações e os que defendem o retrocesso, recolocando o Brasil de volta aos eixos do neoliberalismo, ainda dominante no mundo.

Condições objetivas e subjetivas apontam para o florescimento de uma nova fase no atual ciclo político iniciado em 2013. Nesse sentido, o 13º Congresso busca armar política e ideologicamente o coletivo militante, com suas análises e com as resoluções que serão aprovadas na plenária final, em novembro, para o enfrentamento dos desafios que se colocam no horizonte próximo.

Apresento aqui algumas questões para reflexão:

Em recente artigo na Tribuna de Debates Renato Rabelo afirma: “o PCdoB luta e se forja diante de novas exigências, procurando reunir num ingente esforço a inteligência coletiva e a ação comum para ocupar o seu lugar de partido de esquerda, revolucionário, no atual período histórico”. Mais na frente afirma “o PCdoB não se confundiu considerando um ‘campo de esquerda’ – nem com o PT nem com a ultraesquerda. O PCdoB está bem situado politicamente na sua prática conforme rumo emanado do seu Programa, traduzindo-se em orientações mobilizadoras e unificadoras do povo brasileiro.” (grifos nossos). É o que propõem as Teses em debate com a formação de um grande bloco de afinidades de esquerda agregando partidos políticos, lideranças atuantes em várias legendas, gestores públicos, movimentos sociais organizados, intelectuais em torno de uma plataforma comum, mobilizadora do potencial de luta do nosso povo, impulsionadora do processo de mudanças no rumo da concretização de reformas estruturais democratizantes e de novos rumos que possibilitem destravar e acelerar o crescimento do país nos planos econômicos e sociais. Objetivamente, o PCdoB vai ocupando o seu lugar, no decorrer do processo político em curso, ao apresentar propostas viáveis e aglutinadoras de amplos setores para enfrentar os desafios históricos que se apresentam no momento. Reaviva a marca já registrada na sua trajetória de 91 anos de pensar estrategicamente o Brasil, apresentando ideias avançadas em momentos decisivos da luta política como o que ora atravessamos. Credencia-se para ocupar mais espaços na cena política brasileira.

O Partido tem se pautado nestes quase onze anos pela continuidade e desenvolvimento do ciclo de mudanças iniciado no governo Lula, buscando acumular forças no sentido de ter maior papel protagonista na cena brasileira, através de uma ação cada vez mais destacada e articulada nas três frentes fundamentais, a institucional com atuação nos parlamentos e na gestão pública, nos diversos movimentos sociais – em especial sindical e juvenil -, e na luta de ideias. São frentes de atuação que devem ter como norte o avanço na consecução dos objetivos estabelecidos no nosso Programa Socialista (aprovado no 12º Congresso) e a construção de um forte Partido Comunista em todo o território nacional. Isto quer dizer que cada frente precisa ser direcionada, a partir de suas especificidades, de suas reivindicações imediatas para os objetivos políticos estratégicos estabelecidos pelo nosso programa. Significa também que as lideranças comunistas que nelas atuam tenham preocupação permanente de, no curso da luta, contribuir para a construção e consolidação do Partido. A realidade vai demonstrando a necessidade de um Partido Comunista forte, estruturado, organizados nos centros vitais da luta de classes, influente politicamente, com expressão eleitoral consolidada, com forte ligação de massa, com inserção no debate de ideias para, de forma decisiva, contribuir ao lado de outras forças para a consecução de um projeto de Nação que nos coloque num patamar civilizatório superior.

*Título Original: Realçar o papel político e mobilizador de massas do PCdoB

* Carlos Augusto Diógenes Pinheiro “Patinhas” é membro da Comissão Política Nacional e presidente do Comitê Estadual do PCdoB Ceará.