Farc e governo retomam negociações apesar das divergências

As delegações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e do governo colombiano retomaram as negociações pelo fim do conflito armado nesta quinta-feira (3), em Havana, com diferenças quanto a um referendo proposto pelo presidente Juan Manuel Santos. O 15º ciclo de diálogos pela paz está pautado no segundo ponto da agenda, sobre a participação política. 

Farc e governo dão mais um passo pela paz na Colômbia - Radio Mundial (Venezuela)

No dia anterior, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou que um acordo de paz com as Farc (Farc) transformará a realidade do país, pois facilitará o desenvolvimento e o progresso. Em um pronunciamento realizado durante a feira internacional de floricultores em Bogotá, o mandatário disse que os colombianos têm “a possibilidade mais clara de toda a história para mudar a realidade de 47 milhões de pessoas no país e conseguir o fim do conflito”.

Contudo, algumas de suas decisões unilaterais por parte do governo têm preocupado os membros da delegação de paz do grupo guerrilheiro. Segundo eles, o referendo proposto por Santos desconhece os direitos e obrigações para ambas as partes e se desprende do acordo geral assinado em agosto em Cuba.

Para o representante-chefe das Farc, Iván Márquez, esta proposta é diferente do que foi acordado. “Não fizemos parte da iniciativa, que não há acordo algum com as Farc”, declarou.

Márquez assegurou também que quando o sexto e último ponto da agenda – mecanismos de votação – for abordado, a insurgência fará questão da convocação de uma Assembleia Constituinte. “Uma Constituinte está contemplada na Carta Magna”, agregou.

Apesar desta divergência, tanto as Farc como o presidente concordam que a construção da paz é importante para toda a sociedade colombiana. “Estamos em Havana para chegar a fórmulas que garantam ao país, à nação inteira, que o conflito tenha fim”, expressou a organização guerrilheira em um comunicado.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina