Coreia Popular faz apelo por um discurso racional de conciliação

De acordo com uma nota da Embaixada da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), divulgada nesta sexta-feira (4), o seu Comitê de Defesa Nacional (CDN) fez um apelo pela reunificação da Coreia, pela paz e pela prosperidade na Península Coreana. O CDN também criticou a presidenta da Coreia do Sul, Park Geun-hye, por manter um ambiente de hostilidade que impede o aprofundamento dos diálogos e uma aproximação definitiva entre os países.

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A declaração do CDN faz referência a medidas recentes de aproximação entre as Coreias, inclusive a reabertura do complexo industrial compartilhado, de Kaesong, a retomada do encontro entre famílias separadas há décadas e a reativação do turismo a monte Kumgang.

Estes passos foram classificados pelo CDN como “esforços patrióticos para submeter tudo à aspiração nacional e à demanda da época”, centradas na reunificação da Coreia e na paz.

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“Como resultado, entraram na via de recuperação as relações intercoreanas, que se aproximavam de uma fase catastrófica”, sobretudo durante o governo do ex-presidente Lee Myung Bak, na Coreia do Sul (de 2008 a 2013), afirma o texto.

Uma nova conjuntura de diálogo e cooperação está sendo observada com atenção e expectativas pela nação e pelo exterior, de acordo com a declaração, mas diversos líderes sul-coreanos, inclusive a nova presidenta, Park Geun-hye, são acusados de insistir em um “enfrentamento com diálogo”, sem libertar-se da desconfiança e da hostilidade.

“Agora, o grupo de Park Geun-hye difunde o rumor de que as medidas protagonistas da RPDC para a melhora das relações norte-sul são tomadas ‘sob o controle’ de outro grande país, e que são uma ‘opção inevitável para reabrir a congelada fonte de renda e remediar a difícil situação econômica’, ou ‘medidas emergentes adotadas pela dificuldade de manter o regime’”, rechaça o documento.

“Nosso exército e povo já advertiram em várias ocasiões contra a repetição do antecedente, de cinco anos atrás, nas relações intercoreanas, e que as autoridades sul-coreanas devem atuar com prudência para contribuir para a paz e a reunificação do país, sem recorrer aos anacrônicos atos verbais contra a parte co-nacional”, afirma.

O documento rechaça o que classifica de declarações ofensivas contra a dignidade e o regime da Coreia Popular, feitas pela nova presidenta e por autoridades próximas a ela.

Além disso, o documento relembra a realização de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos, que juntamente com outras medidas, como um sistema de defesa antimísseis e um ataque preventivo seriam alardeados como medidas dissuasivas frente ao poderio nuclear norte-coreano.

“Dada à grave situação em que o ambiente de diálogo, que se preparava a duras penas na Península Coreana, volta ao estado de enfrentamento, e o clima de paz regressa à fase de tensões”, afirma o documento, o Departamento de Política do Comitê de Defesa Nacional da RPDC faz uma advertência incisiva ao governo sul-coreano por um discurso mais razoável.

“É preciso lembrar que os políticos nascidos nesta terra devem dizer palavras que contribuam para a reunificação, para a paz e para a prosperidade do país”, reitera o texto, que critica ainda uma política de traição nacional que “hostiliza os co-naconais e confabula com os agressores, fascinado pela cooperação com as forças estrangeiras”.

O documento se refere ao poder nuclear norte-coreano como meio “mais apropiado para eliminar completamente a contínua ameaça nuclear dos Estados Unidos e para alcançar a desnuclearização da Península Coreana, como parte [do mesmo esforço] em todo o mundo”.