Congresso comemora 60 anos da Petrobras em sessão solene 

O Congresso Nacional comemorou nesta segunda-feira (7), em sessão solene, o aniversário de 60 anos de fundação da Petróleo Brasileiro S.A., a Petrobras. A homenagem foi requerida pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), com apoio do deputado federal Luiz Alberto (PT-BA). Em seu discurso de saudação, o senador comunista lembrou a trajetória do petróleo brasileiro desde o início do século 19 até o futuro planejado da Petrobras para 2020.

“A história da Petrobras é uma saga de lutas e vitórias”, lembrou o senador, diante de convidados ilustres como o ministro da Minas e Energia, Edison Lobão, e a presidenta da Petrobras, Graça Foster. Ele contou toda a história da companhia, as ameaças que sofreu com o projeto neoliberal do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores em sua jornada de trabalho.

Segundo Inácio Arruda, a participação da empresa na vida nacional vai além de um empreendimento econômico, patrocinando atividades sociais, culturais e esportivas, assistenciais, de preservação do meio ambiente e de afirmação da própria brasilidade.

“Reverenciamos os visionários que a idealizaram, os abnegados trabalhadores que a construíram e, fundamentalmente, o povo brasileiro, que nunca recuou na defesa da mais importante das nossas empresas públicas”, destacou Inácio, para quem “a vida vai mostrando que precisamos de um Estado forte, com empresas fortes, como a Petrobras, para construir um país soberano, com desenvolvimento e inclusão social”.

“Ao longo desses 60 anos, mesmo enfrentando inúmeras tentativas de sabotagem e desmonte de sua estrutura, a Petrobras soube corresponder aos anseios do povo brasileiro, constituindo-se, hoje, em uma das maiores empresas do mundo em sua área, e uma das grandes armas de que dispomos em nossa luta contra o subdesenvolvimento e a dependência externa”, analisou o senador, destacando as recentes descobertas, que continuam em andamento, dos grandes campos do pré-sal, que abrem perspectivas ainda mais promissoras não só para a empresa, mas para toda a nação.

Histórico de sucesso

A Petrobras foi criada no dia 3 de outubro de 1953, quando o então presidente Getúlio Vargas assinou a Lei 2.004. O movimento de constituir uma empresa petrolífera no Brasil decorreu das manifestações populares ainda em 1946, quando a população defendia o petróleo nacional.

O petróleo foi a ferramenta usada por Getúlio Vargas para industrializar o Brasil a partir de 1950. Na opinião do historiador Bernardo Kocher, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vargas, um desenvolvimentista, entendia que isso seria possível por meio da presença estatal, e o ex-presidente teve de enfrentar as forças do atraso – elas, infelizmente, existem ainda nos dias atuais – porque havia forte pressão à ideia da capacidade de o Brasil produzir petróleo em suas terras e ainda mais no mar.

O professor lembra que os geólogos internacionais não corroboravam essa posição, mas Vargas não se deu por satisfeito e também transformou a Petrobras em uma empresa de pesquisa e prospecção de petróleo no território nacional.

Certamente Vargas comemoraria a decisão do ex-presidente Lula de criar uma lei prevendo o modelo de exploração pela partilha de produção, algo que será inaugurado pela presidenta Dilma com a licitação do campo de Libra, justamente em um poço em águas ultraprofundas, a 6.980 metros, fruto da pesquisa e dos estudos que começaram lá em 1953.

Ao dominar esse ciclo de exploração em águas profundas e na camada do pré-sal, hoje a Petrobras mantém a pesquisa em ritmo acelerado para cumprir a meta de dobrar a atual produção de petróleo até 2020, chegando a 4,2 milhões de barris por dia.

Ao acreditar na capacidade da empresa de perfurar a camada do pré-sal, surgiu outra oportunidade no Brasil: o resgate da indústria naval, já que os equipamentos estão sendo construídos em solo brasileiro, e cresce a cada dia o uso de componentes nacionais. Prova desse resgate da indústria naval é que, para transportar o petróleo extraído no mar até a costa, 49 navios já foram encomendados – cinco já foram entregues.

Da Redação em Brasília