Presidente da CTB condena repressão às categorias em greve

Em entrevista à Rádio Vermelho, Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil  (CTB), falou sobre as recentes manifestações de categorias importantes que estão em greve. "Não vai ser na base da porrada e da repressão aos movimentos sociais que vamos encontrar o caminho necessário para fazer com que o Brasil se fortaleça e se consolide como nação emergente e com capacidade de influenciar no curso da mudança política em todo o mundo", enfatizou.

"Somos solidários a essas reivindicações dos professores do Rio. Mas entendemos também que é necessário resgatar o debate de forma a garantir o equilíbrio", disse o dirigente sindical.

Os professores, no Rio de Janeiro, da rede estadual, estão em greve desde o dia 8 de agosto por reivindicações como aumento salarial de 20% e melhores condições de trabalho. Já os professores da rede municipal, que haviam suspendido a paralisação em 10 de setembro depois de quase um mês parados, retornaram à greve no dia 22 de setembro.

“A educação é estratégica, tivemos um posicionamento por parte do governo no sentido de destinar os royalties para a educação e outra parte para a saúde. Evidentemente isso não resolve o problema, o que se pretende é que 10% do PIB esteja destinado à Educação. Muitos governos ainda não compreenderam aimportância de valorizar o projeto de Educação, que é o centro das reivindicações da plataforma dos trabalhadores. É verdade que o Brasil precisa ir além e investir mais em Saúde, infraestrutura, segurança pública, para potencializar as ações do governo focadas numa perspectiva de um Brasil que enfrenta uma grave crise mundial, mas que tem na sua essência de projeto a necessidade de investir mais nesses elementos cruciais e necessários para uma nova arrancada para o desenvolvimento, e ganha maior ênfase a luta pela valorização da educação”, declarou Adilson em entrevista à Rádio.

Com relação aos bancários, reunidos em assembleia na noite de segunda-feira (7), bancários de todos o país decidiram em massa rejeitar a contraproposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e manter a greve iniciada no dia 19 de setembro. “É inadmissível que a luz da alta lucratividade os bancos conseguem superar os lucros obtidos no primeiro semestre do ano passado. Somente seis bancos lucraram quase 30 bilhões de reais. Então, a prosposta lamentavelmente não corresponde a esse estágio dos bancos. A categoria reclama e justifica reclamar porque os bancos podem mais”, declarou Adlison que reforçou que esta é uma greve histórica da categoria e que segue com muita força.

A proposta dos bancos, de elevar de 6,1% para 7,1% (ganho real de 0,97%), foi apresentada na sexta-feira (4), depois de um mês de silêncio dos banqueiros. A categoria reivindica 11,93%.

O presidente da CTB também comentou que a central planeja a realização de uma Plenária Nacional das Centrais Sindicais para ampliar o debate com os movimento sociais e os partidos de esquerda para apresentar para 2014 uma plataforma "que tenha na sua centralidade as bandeiras dos trabalhadores"

“Vamos aprssesentar para 2014 uma plataforma para 2014 que tenha na sua centralidade a reivindicação de uma política de valorização do trabalhador. Portanto , vai ser imprescindível realizar esse ato numa perspectiva de apresentar um documento que sirva de instrumento norteador para a grande batalha política que iremos enfrentar em 2014 da qual a classe trabalahdorea deve demonstrar qual a sua perpectiva diante de um mundo em crise, de ampliar suas reivindicações e fazer valer suas necessidades”, detalhou Adilson Araújo.

Deborah Moreira
Da redação do Vermelho

Ouça a íntegra da entrevista com Adilson Araújo, presidente da CTB: