Contrariando demanda, Missão da ONU prorroga presença no Haiti

Mesmo contrariando as reivindicações dos movimentos sociais haitianos de retirada das tropas militares estrangeiras, o Conselho de Segurança da ONU votou de forma unânime decidiu pela a prorrogação da presença da Missão das Nações para a Estabilização do Haiti (Minustah) no país. Apesar de reduzir o contingente de soldados, a Minustah continuará operando até 15 de outubro de 2014.

Organizações sociais vem denunciando regularmente violações cometidas pelas forças dessa Missão desde 2004, chefiada pelo Brasil, e composta por efetivos da Argentina, Benim, Bolívia, Canadá, Croácia, Chile, Equador, Espanha, França, Guatemala, Jordânia, Marrocos, Nepal, Paraguai, Peru, Filipinas, Sri Lanka, Estados Unidos, e Uruguai. São recorrentes as denúncias de abusos e violências contra o povo haitiano, principalmente após as denúncias de estupros a jovens desabrigadas cometidos por soldados uruguaios.

O relatório da Plataforma de Organizações Haitianas para um Desenvolvimento Alternativo (Papda), divulgado em 2012, revela que o clima de insegurança cresceu depois da chegada das tropas. Cita as atrocidades cometidas pelos militares, sobretudo, nos bairros mais pobres, como Cité Soleil, Bel Air e Martissant, onde houve diversas operações que mataram haitianos. Sem falar que foram os soldados nepaleses que levaram o cólera para o Haiti.

O combate à epidemia é a justificativa dada pela ONU para a manutenção das tropas. A resolução reconhece os esforços das Nações Unidas na luta contra o cólera, destacando o pedido de 2,2 bilhões de dólares feito pelo secretário geral Ban Ki-moon para fazer frente à epidemia. Vale ressaltar que a Minustah se encontra no chamado Plano de Consolidação, que inclui sua retirada gradual do Haiti em 2016.

Fonte: Adital