UNE repudia violência da PM nos atos do Dia dos Professores

Depois das cenas de violência e perseguição a estudantes e professores, diversas entidades do movimento estudantil, presentes no ato, divulgaram uma nota de repúdio sobre as ações da Polícia Militar (PM) em São Paulo e no Rio de Janeiro. Abaixo, a íntegra da nota.

 
 
UNE repudia ataques da PM contra manifestantes em SP e no Rio

Diante dos atos covardes de violência e truculência praticados pela polícia militar durante passeatas pacíficas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a União Nacional dos Estudantes, a UEE-SP e a UEE-RJ vêm a público repudiar a ação contra os manifestantes na noite desta terça-feira (15). A falta de preparo da PM é visível. A ação violenta, injustificável.

Em São Paulo, os estudantes saíram às ruas pela democracia nas universidades paulistas. O jornalista da UNE, Rafael Minoro, foi atingido por estilhaços de bomba lançadas pela PM enquanto cobria o ato (foto abaixo). O diretor da UEE-SP, Bruno Reis, também foi ferido por estilhaços de bomba. A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas, Nicoly Mendes, por uma bala de borracha. Outros estudantes foram encurralados e agredidos em frente à loja Tok&Stock (foto acima), na Marginal Pinheiros.

No Rio de Janeiro, a luta dos professores levou mais de 50 mil às ruas. A polícia também agiu de forma excessivamente truculenta, agredindo manifestantes, utilizando muitas bombas de gás lacrimogênio e, até mesmo, dando tiros de armas letais, como fuzis, para o alto.

A natureza militar da polícia, treinada nos moldes do golpe de 1964, ainda leva a instituição a valorizar mais a autoridade que a legalidade. Desmilitarizar a polícia é uma medida necessária para torná-la mais democrática e menos abusiva.

As grandes manifestações de junho que levaram milhões de pessoas para as ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro parece que não serviram de lição para os seus governantes. Os jovens seguem na luta pela democracia dentro das instituições de ensino e também nas ruas da cidade.

Os estudantes exigem do reitor da USP, João Grandino Rodas, que abra imediatamente o diálogo com o movimento estudantil que ocupa a reitoria da universidade. Toda essa violência ocorrida no dia de hoje é resultado também da intransigência do reitor.

Nós, estudantes brasileiros, seguiremos em marcha pelas ruas, ocupando todos espaços possíveis em defesa da educação, dos professores e da democracia.

União Nacional dos Estudantes – UNE
União Estadual dos Estudantes de São Paulo – UEE-SP
União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro – UEE-RJ
15 de outubro de 2013
 

Fonte: Site da UNE