Bienal da Dança movimenta Fortaleza

A partir da próxima sexta-feira (18/10), palcos de Fortaleza se transformam em estações. Por elas, passarão espetáculos e propostas artísticas da 9ª Bienal Internacional de Dança do Ceará. O evento segue para outras cidades.

Outubro é mês de Bienal Internacional de Dança do Ceará. O evento chega à sua nona edição com uma proposta de envolvimento maior de público. Oito cidades cearenses, incluindo Fortaleza, recebem os espetáculos de dança contemporânea, dança de rua, balé clássico e moderno; palestras e conversas com coreógrafos; mostras de vídeo e fotografia. Cinquenta mil espectadores-passageiros estão sendo aguardados nos palcos, praças e teatros, as chamadas “estações”, onde o evento será levado.

Fortaleza é ponto de partida dessa viagem. A abertura acontece amanhã, 18, no Theatro José de Alencar. Às 20h30min, o público é convidado para o lançamento do livro Balé Passo a Passo, do professor Flávio Sampaio. Em seguida, no palco principal, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) apresenta as peças Peekaboo, de 2013, do coreógrafo alemão Marco Goecke; Utopia ou o lugar que não existe, criação também de 2013, do paulista Luiz Fernando Bongiovanni; e, por fim, Petite Mort, obra de 1991 do mestre tcheco Jirí Kylián. Um coquetel será servido na sequência, nos jardins do TJA, com o bloco Luxo da Aldeia e o DJ Guga de Castro.

A programação passa ainda por Paracuru, Itapipoca, Tabuleiro do Norte, Crato e Juazeiro, e só termina em novembro, no distrito de Juá, em Irauçuba.

Este ano a curadoria, coordenada pelo diretor artístico Ernesto Gadelha, destacou a celebração do Ano da Alemanha no Brasil. Assim, o evento concentra uma plataforma representativa do cenário coreográfico daquele país. A mineira Regina Advento, integrante de longa data do Tanztheather Wuppertal, de Pina Bausch, dança o solo Dreamlines – Trilha dos sonhos (dia 19, às 21h, no TJA); a bailarina Riki von Falken traz a última parte de sua trilogia Echo (dia 20, 21h, no TJA), e um toque histórico acerca da dança alemã fica por conta da espanhola Olga de Soto, com uma conferência-espetáculo em torno da obra Mesa Verde, de Kurt Jooss (dia 24, às 19h, no Sesc Iracema).

O diálogo entre as danças urbanas e as produções cênicas contemporâneas é mote para uma conferência que reúne o pesquisador em dança urbana Rafael Guarato e o coreógrafo Vanilton Lakka, no dia 25, às 16 horas. Completando a programação, bboys e bgirls de Fortaleza, além de jovens criadores da Capital e do interior, também encontram espaço para dialogar com outros artistas no Cuca Barra do Ceará.

Sete artistas participam pela primeira vez da Bienal. Entre eles, estão os franceses Catherine Diverrès (dia 25, às 18h, no Teatro Dragão do Mar) – que homenageia o coreógrafo japonês Kazuo Ohno -, e Fabrice Ramalingon (dia 23, às 19h, no Sesc Iracema). As cenas portuguesa e belga serão representadas, respectivamente, por Sofia Dias e Vítor Roriz (dia 24, às 21h, no teatro Dragão do Mar) e por Louise Vanneste (dia 23, às 21h, também no Dragão).

Experientes criadores locais marcam presença. Fauller, Gerson Moreno, Valéria Pinheiro, Carlos dos Santos, Silvia Moura e Héber Stalin, entre outros, mostram suas recentes criações. A Edisca, dirigida por Dora Andrade, reapresenta os trabalhos Sagrada e Paideia, dia 19, na Estação Jangurussu.

Circulação

Segundo David Linhares, diretor geral da Bienal de Dança, o interessante é promover sempre mais encontros, gerar possibilidades de novas parcerias entre artistas locais e de outros lugares. Esta Bienal pretende modificar o cotidiano de cidades do interior cearense com as mostras itinerantes de dança e fomentar o intercâmbio de experiências e produção de conhecimento, afirma.

Através do Circula Dança, sete cidades serão contempladas.

Segundo David Linhares, a intenção é descentralizar as ações de formação e difusão de espetáculos que muitas das vezes não chegam a cruzar as fronteiras da Capital.

“A Bienal quer que surjam mais centenas de festivais pelo Ceará, que cada cidade tenha a sua mostra. Que voltemos a ter o Festival do Litoral Oeste, que o Festival de Dança do Cariri, de Alysson Amâncio, se fortaleça. Esse é o nosso desejo”, propõe David, que destaca as apresentações, além de Fortaleza, do importante Balé Teatro Guaíra e da bailarina francesa Catherine Diverrès em Paracuru.

A goiana Quasar segue viagem até a região do Cariri, onde se apresenta na praça Padre Cícero, no dia 1º de novembro, e no dia seguinte no Crato, no dia da romaria de finados.

Serviço

9ª Bienal Internacional de Dança do Ceará

Quando: Abertura amanhã, às 20h30
Onde: Theatro José de Alencar e diversos espaços.
Quanto: Entrada gratuita
Outras informações: 3219 1959 e www.bienaldedanca.com

Fonte: O Povo