Ex-senadora questiona sua "morte política" na Colômbia

O Tribunal Constitucional da Colômbia considerou, na semana passada, que a ex-senadora do Partido Liberal Piedad Córdoba excedeu seu contato com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para facilitar a liberação de reféns. Por isso, foi destituída e inabilitada de exercer cargos públicos nos próximos 18 anos, decisão que ela considerou “uma derrota do pensamento livre”. 

Em entrevista concedida ao jornal colombiano El Espectador, Piedad afirmou que a sentença representa “a perda da democracia no país, enquanto a independência do caráter legislativo”.

"Seguirei na política até que me enterrem. Tenho totalmente claro que sou uma liderança política, que não devo nada e estou disposta a dar a cara e responder por todos e cada um dos meus atos. Amo o meu país e por ele estou disposta a dar a vida”, disse a ex-senadora.

Piedad defendeu que seus contatos com as Farc se deram com objetivo de facilitar o retorno dos sequestrados e disse que as provas apresentadas contra ela são inválidas. Ela afirmou ainda que a decisão da Procuradoria se sustentou com base nestas provas inexistentes e que teve seus direitos violados no devido processo.

Ela, que é porta-voz do movimento Colombianos e Colombianas pela Paz, anunciou em seu perfil no Twitter: “Acredito no direito, no coração e na razão, por isso irei recorrer ao Sistema de Proteção dos Direitos Humanos”. A ex-congressista afirmou ainda que não está morta politicamente.

Segundo Piedad, o procurador Geral não tinha autoridade para decretar a morte política de um senador, poder que só poder ser exercido pelo Conselho de Estado, uma vez que são os parlamentares que elegem o Procurador-Geral.

Da redação do Vermelho,
Com informações do jornal El Espectador