PMs de SP protestam contra os 7% de reajuste proposto por Alckmin

Cabos e soldados da Polícia Militar (PM) realizaram na terça-feira (22) uma carreata pela cidade em protesto contra a proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de reajuste salarial de 7% para todas as patentes e categorias. De acordo com a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de S. Paulo (ACSPM), durante todo o percurso, eles receberam apoio da população. Eles reivindicam aumento real acima do proposto, semelhante ao que foi concedido no biênio 2011-2012.

Ainda segundo a ACSPM, a manifestação, que começou por volta das 13h30, reuniu pelo menos duas mil pessoas na sede da entidade. Durante a carreta, entre a sede da entidade na Barra Funda até a Assembleia Legislativa (Alesp), ruas e avenidas iam sendo bloqueadas para chamar a atenção. Uma boa parte dos manifestantes foi até a Alesp, que fica na região do Ibirapuera (zona sul), para acompanhar a votação do que eles chama de "o passa-moleque de 7% proposto pelo Governador", que concede, na prática, aumento real de 1,34%.

Na Alesp, as bancadas do PCdoB, PDT, PT e os deputados Edson Ferrarini (PTB), Osvaldo Vergínio (PSD) e Pedro Tobias (PSDB) disseram não ao PLC 33/2013. Foram 36 votos a favor e outros 16 contra. São necessários pelo menos 48 votos para aprovar ou rejeitar.

Os policiais presentes na galeria do plenário comemoraram o adiamento da votação. A categoria exige 15% de reajuste neste ano e de 10% em 2014. Dura te à tarde, policiais civis e militares fizeram um protesto para tentar impedir a votação do projeto.

As 17 entidades representativas das diversas categorias de policiais tentaram um diálogo com o governo estadual, expondo ao governador Geraldo Alckmin a discordância da corporação com o reajuste de somente 7%, enquanto que delegados, escrivães e investigadores receberão, com a provável aprovação dos PLCs 43 e 44, aumentos mais expressivos.

A votação na Assembleia sobre o aumento salarial dos policiais militares – e também civis – foi adiada para esta quarta-feira (23). No entanto, segundo a assessoria da Alesp, a votação do PLC 30/2013 depende de seis horas de discussão em plenário, das quais, apenas duas e meia haviam sido cumpridas até o início da sessão desta quarta (23).

O reajuste proposto pelo governo do PSDB também se estende a agentes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica. O reajuste também será estendido a agentes penitenciários, aposentados e pensionistas das quatro categorias – são 172 mil PMs, 53 mil policiais civis e 33 mil agentes penitenciários.

Na segunda-feira (14), Alckmin anunciou três projetos de lei para policiais militares. Além do PLC, vai dobrar, por decreto, o valor da diária de alimentação que passará a ser de R$580. Também será estabelecida mudança no plano de carreira para agilizar as promoções e autorizou que os PMs possam trabalhar no policiamento ostensivo para a própria corporação durante a folga. Os projetos vão ser encaminhados para a assembleia legislativa.

De acordo com o portal da Alesp, o deputado Major Olímpio (PDT) pediu a rejeição da proposta em plenário tendo em vista que o governo não concordou em retirá-la e dialogar com a categoria. Os deputados Alcides Amazonas (PCdoB), José Zico Prado (PT), líder da Minoria, e Carlos Giannazi (PSOL), exigiram que o governo elabore uma política salarial para todos os servidores públicos, inclusive aos policiais. Também denunciaram que o governo não dialogou com a categoria para incluir no projeto suas reivindicações, além de defenderam a aprovação das emendas apresentadas por suas bancadas, mas que foram rejeitadas pelo Plenário.

Pedro Tobias (PSDB) afirmou não concordar com aumentos diferenciados a favor de policiais civis, excluindo policiais militares. "Se tem quem mereça aumento diferenciado é o policial militar, que é quem morre quando o PCC ataca", enfatizou.

O líder do governo na Casa, deputado Barros Munhoz, ao dizer que as polícias merecem um aumento maior, enfatizou que os inativos também precisam continuar recebendo os mesmos reajustes que os da ativa.

Da redação do Vermelho com agências