Irã busca dignidade e desarmamento global, dizem autoridades

Gholam Hussein Dehghani, vice-representante do Irã na Organização das Nações Unidas, relembrou o compromisso mundial com o desarmamento nuclear, em sessão desta quinta (31/10) na Assembleia Geral. No mesmo sentido, o aiatolá Sayed Ahmad Khatami, durante as orações islâmicas desta sexta (1º/11), disse que “os Estados Unidos demonstraram que nunca oferecem nada através do diálogo, e o único idioma que entendem é o da resistência”, e ressaltou a política de diplomacia ativa adotada por seu país.

Gholam Hussein Dehghani - ONU

De acordo com a emissora persa HispanTV, o clérigo Khatami ressaltou a importância da postura de compromisso adotada pelo grupo iraniano nas negociações diplomáticas com o Grupo 5+1 (Rússia, Estados Unidos, China, Reino Unido e França, como membros do Conselho de Segurança, mais a Alemanha) e com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Apesar disso, considerou que o comprometimento diplomático não entra em contradição com a resistência contra o imperialismo ocidental, secundado por vizinhos regionais, como Israel. O Irã segue reafirmando o seu direito ao desenvolvimento de um programa nuclear pacífico, como membro da AIEA e signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Neste sentido, Gholamhossein Dehghani, também citado pela HispanTV, em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, instou os membros da ONU a retomarem urgentemente diálogos sérios para o desarmamento nuclear mundial, em acordo com um parecer do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Ao referir-se a um voto do tribunal, pronunciado em 1996, sobre a situação legal de uma ameaça ou do uso de armas atômicas, Dehghani afirmou: “Todos os países, segundo esta resolução, têm que participar nas negociações sobre o desarmamento nuclear com vontade absoluta, para conseguirmos resultados”.

“As negociações têm de ser levadas a cabo considerando-se todos os aspectos do processo de desarmamento nuclear, de forma que esteja sob a supervisão e o controle internacional”, continuou.

O representante iraniano exigiu também que o Conselho de Segurança da ONU se relacione mais com o TPI, como uma das bases judiciais da organização mundial, para solucionar seus problemas e interpretar as leis internacionais.

Política de dignidade

Sobre o posicionamento diferenciado do Irã no cenário global, com um impulso mais ativo frente à defesa da diplomacia e do desarmamento nuclear, o aiatolá Khatami disse que se trata de “uma política com base na dignidade, na sabedoria e no bem comum, de acordo com a flexibilidade heroica expressada pelo líder supremo da Revolução Islâmica, o aiatolá Sayed Ali Khamenei”.

“Este é, hoje, o nosso campo de batalha. Nós estreitamos a mão dos nossos políticos e declaramos, sem rodeios, que enquanto mantenham o seu empenho para levar para a prática os mandamentos do líder, a nação iraniana os apoiará”, continuou.

Ao referir-se às pressões dos Estados Unidos contra o Irã, Khatami enfatizou novamente a persistência da nação persa para “conseguir o que lhe pertence por lei”, segundo a HispanTV.

O imã das orações islâmicas desta sexta também abordou o tema da espionagem estadunidense, que atribuiu à arrogância dos EUA, que “se sente superior em seu trato com as outras nações”. Além disso, também criticou a ação norte-americana de apoio a grupos terroristas e islamistas radicais no derramamento de sangue na Síria, no Iraque e no Afeganistão, e por provocar o distanciamento entre os muçulmanos.

São atitudes que, segundo o aiatolá, não tiveram resultados positivos para os EUA, que não conseguiram outra coisa senão o ódio dos povos destes países. Além disso, repudiou também o informe do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o Irã.

“O relator da ONU nos acusa de violar os direitos humanos, enquanto nas cárceres do governo dos Estados Unidos, espalhadas por todo o mundo, torturam-se as pessoas de forma extremamente selvagem”, afirmou. “Este informe foi elaborado com base em falsas declarações”, disse.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho