CIA e Pentágono obrigaram médicos estadunidenses a torturar

A CIA e o Pentágono obrigaram médicos e psicólogos estadunidenses a participar de torturas e tratamento degradante de suspeitos de terrorismo, segundo denunciou um estudo publicado nesta segunda-feira (4).

Uma pesquisa do Grupo de Trabalho para a Conservação do Profissionalismo Médico nos Centros de Detenção de Segurança Nacional conclui que, após os atentados do 11 de setembro de 2001, a agência de espionagem obrigou muitos médicos a torturar supostos terroristas.

Sob ameaça, os profissionais da saúde vinculados aos serviços militares elaboraram esquemas de atenção e participaram de procedimentos cruéis, desumanos e degradantes, e torturaram os detentos, assegura o texto.

A informação, divulgada inicialmente pelo jornal britânico The Guardian, especifica que as autoridades disseram aos médicos que seu código de ética, em primeiro lugar o de "não prejudicar os pacientes", não se aplicava nestes casos, pois não eram pessoas doentes.

Tanto a Agência Central de Inteligência (CIA) como a secretaria de Defesa dos Estados Unidos chamaram a equipe que participou do atendimento aos detentos a abandonar qualquer consideração ética com o objetivo de coletar "informações" e demais práticas de segurança que causaram graves danos aos detentos, conforme a fonte.

Entre as ações as quais os detentos foram submetidos, cita o estudo, está a tortura conhecida como o "waterboarding", a privação de sonho e a alimentação forçada, muitas destas, executadas contra réus na prisão que Washington mantém na ilegal base naval de Guantânamo, território ocupado contra a vontade de Cuba.

As ações desenvolvidas pelos médicos são uma violação das regras da Associação Médica Mundial e da Associação Médica Americana.

Fonte: Prensa Latina