Palestinos exigem investigação sobre assassinato de Arafat

Nesta quinta-feira (7), um membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) exigiu uma investigação internacional sobre a morte do antigo líder Yasser Arafat. No dia anterior, um relatório de cientistas suíços, divulgado pela emissora Al-Jazeera, afirmou que a causa da morte foi, “provavelmente”, o envenenamento pelo raro elemento radioativo polônio-210.

Palestinos - Fatah - Yasser Arafat - AFP

“Os resultados (dos testes) provaram que Arafat foi envenenado com polônio, e esta substância é possuída por Estados, e não por indivíduos, o que significa que o crime foi cometido por um Estado”, disse Wasel Abu Yousef, membro do Comitê Executivo da OLP.

“Assim como um comitê foi formado para investigar o assassinato do (antigo primeiro-ministro libanês) Rafiq Hariri, também tem que haver um comitê internacional para investigar a morte do presidente Araf”, disse a autoridade à agência francesa de notícias AFP, citada pela palestina Ma’an.

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O Comitê Central do partido Fatah (Movimento de Libertação Nacional da Palestina, à frente da OLP), liderado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deve reunir-se ainda nesta quinta para discutir as últimas conclusões, de acordo com um membro do Fatah, Amin Maqbul.

Cientistas suíços do Instituto de Radiofísica de Lausanne conduziram diversos testes nos restos mortais de Arafat, cujo corpo foi exumado em 2012. As conclusões afirmam que ele provavelmente morreu devido ao envenenamento por polônio, de acordo com um texto divulgado pela emissora árabe Al-Jazeera, na quarta-feira (6).

Os resultados “apoiam moderadamente a tese de que a morte foi consequência do envenenamento com polônio-210”, afirma a análise de 108 páginas divulgada pela emissora catariana.

Arafat morreu na França, em novembro de 2004, aos 75 anos de idade, mas os médicos disseram não poder determinar a causa da morte. Não foi realizada uma autópsia, de acordo com os pedidos da sua viúva.

Seu corpo foi exumado há um ano para a coleta de amostras para a investigação sobre o envenenamento. Em declarações à emissora Al-Jazeera, a viúva de Arafat, Suha denunciou o que seria um “crime político” e o “assassinato de um grande líder”.

Com informações da Ma'an