Bolsa Família recebe prêmio por desempenho extraordinário 

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, recebeu nesta quarta-feira (13), em Doha, no Catar, o 1º Prêmio por Desempenho Extraordinário em Seguridade Social, concedido ao Bolsa Família pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA, na sigla em inglês). “Recebemos este prêmio como um presente de aniversário”, disse a ministra, referindo-se aos 10 anos do Bolsa Família, completados em outubro.

A cerimônia ocorreu durante o Fórum Mundial de Seguridade Social, no qual a ministra representou a presidenta Dilma Rousseff. Ao receber o prêmio, Tereza Campello falou aos participantes do fórum sobre o Bolsa Família, seus impactos na educação, saúde e economia e ressaltou que o programa não é uma ação isolada de transferência de renda.

“Para falar do Bolsa Família e de seus resultados, é necessário compreender que ele se insere numa estratégia de desenvolvimento que objetiva a inclusão social”, enfatizou.

Ao apresentar o prêmio, o presidente da Issa, Errol Frank Stoové, disse que o Bolsa Família é uma inspiração para gestores e administradores de segurança social em todo o mundo, “por sua visão de aliviar a pobreza e melhorar a qualidade de vida, pelo empoderamento das pessoas, pelo compromisso político, pela administração eficaz e eficiente, bem como por seus resultados impressionantes”.

Tereza Campello afirmou que o Bolsa Família, consolidado e aperfeiçoado ao longo dos seus 10 anos, tornou-se uma plataforma sobre a qual o governo federal brasileiro apoia outras ações de inclusão social, como qualificação profissional, acesso a energia elétrica no meio rural,
habitação popular e mais 20 outros programas, citando o Plano Brasil sem Miséria.

“O cadastro do Bolsa Família passou a ser um grande mapa para planejar a ação do Estado para os mais pobres”, destacou.

Ao citar os efeitos positivos do Bolsa Família na economia, a ministra lembrou ainda que o Brasil já viveu sob a égide de modelos que defendiam o corte de gastos sociais para garantir o equilíbrio fiscal.

“Já provamos deste remédio e sabemos que ele não nos conduz a retomada do desenvolvimento”, afirmou, reforçando que não pode ser saudável cortar direitos sociais, desmontar a rede de proteção e tirar poder de compra dos trabalhadores e da população em momentos de crise econômica.

Prêmio

O Prêmio por Desempenho Extraordinário em Seguridade Social é concedido a cada três anos pela ISSA a entidades ou programas que tenham feito contribuições significativas para a promoção e o desenvolvimento da seguridade social, em nível nacional ou internacional.

A estatueta é uma edição limitada feita em bronze pelo artista espanhol Juan Mejica, especialmente concebido para a Issa. O prêmio representa uma alegoria do mundo da seguridade social. A forma é como um castelo que protege e defende a vida de todas as contingências. Possui dois relevos: o primeiro é um grupo de pessoas entrelaçadas, para dar uma imagem de unidade e ajuda mútua; o outro relevo faz referência à mão, símbolo de trabalho, diálogo e união.

O secretário-geral da ISSA, Hans-Horst Konkolewsky, esteve em Brasília no final de outubro para participar das comemorações de 10 anos do Bolsa Família e falou sobre os motivos que levaram à premiação do programa e do início de uma campanha para estimular os países em desenvolvimento a adotar iniciativas semelhantes.

“O prêmio é atribuído a instituições e programas de acordo com a relevância da contribuição que oferecem para a proteção social no país. No caso do Brasil, o Bolsa Família foi premiado porque conseguiu preencher todos os três requisitos estabelecidos pela ISSA. Em primeiro
lugar, pelo forte compromisso político do governo e de seus líderes em relação à proteção social e suas condicionalidades. O segundo critério foi a excelência na implementação e administração do programa pelas autoridades federais, estaduais e municipais. E o terceiro,
e muito importante, é o extraordinário impacto do Bolsa, ou seja, é possível apresentar resultados de que ele funciona de verdade”, explicou.

Outro critério que o Bolsa Família também preenche magnificamente, segundo ele, é o de que o programa não poderia ser tão específico e característico de um país, que não pudesse ser transferido para outro. O programa brasileiro recebeu uma nota alta neste quesito, o que desperta muita curiosidade em relação ao seu funcionamento.

“Posso dizer que tem havido muito interesse na experiência brasileira com o Bolsa Família. Há muita colaboração de outros países, por exemplo, no grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e temos conhecimento de que muitos estudos e pesquisas vêm sendo
feitos internacionalmente sobre o Bolsa Família. E muitas delegações de outros países têm vindo ao Brasil para conhecer o programa. O que mais atrai atenção é a filosofia por trás do Bolsa Família, que oferece aos mais pobres um benefício base para as necessidades mais urgentes, mas condiciona isso a certas exigências, como, por exemplo, matrícula e assiduidade da criança na escola e avaliação periódica de saúde das crianças e da família”, afirmou.

Da Redação em Brasília
Com informações do MDS