ONU: Países da Alba defendem criação do Estado Palestino

Países da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) demandaram na Assembleia Geral da ONU a criação de um Estado palestino livre, independente e como membro pleno no concerto mundial das nações.

Durante debates realizados na segunda (25) e terça-feira (26) nesse foro, Venezuela, Cuba e Nicarágua, três dos membros do bloco fundado em 2004, defenderam o direito dos palestinos a um Estado soberano com Jerusalém Leste como capital e as fronteiras anteriores a 1967, quando Israel ocupou também a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Destacando a condição de Estado observador não membro da ONU obtida pela Palestina em novembro do ano passado, com o voto majoritário da Assembleia Geral, advertiram que isto não é suficiente em face das aspirações legítimas desse povo árabe.

Os integrantes da Aliança que promove o desenvolvimento socioeconômico sobre a base da solidariedade e a complementação chamaram a comunidade internacional – e em particular o Conselho de Segurança – a reparar uma dívida histórica.

Ao intervir nos debates sobre a questão palestina, o representante permanente venezuelano na ONU, Samuel Moncada, afirmou que "ainda se deve ao povo palestino a outorga da legítima ambição de ser Estado no concerto internacional".

Esta impunidade histórica exercida por Israel, potência de ocupação, e alentada pelo veto que exerce um membro permanente do Conselho de Segurança (Estados Unidos), teve por consequência o assassinato de gerações de crianças, adolescentes, homens e mulheres que querem viver dignamente em suas terras, denunciou.

Por sua parte, o embaixador cubano, Rodolfo Reyes, assinalou que o mundo não deve permanecer indiferente por mais tempo.

"Devem ser empreendidas ações para fazer cumprir as resoluções pertinentes da Assembleia, e o Conselho de Segurança tem que assumir a responsabilidade que lhe corresponde e aceitar sem mais adiamentos a solicitação de reconhecimento como Estado membro da ONU apresentada pela Palestina em 2011", sentenciou.

O diplomata também se referiu à ameaça estadunidense de veto no Conselho, que tornam esse órgão passivo perante os crimes israelenses, o que “é a expressão maiúscula da hipocrisia daqueles que se autodenominam paradigmas da defesa dos direitos humanos".

Por seu turno, a representante permanente da Nicarágua, Maria Rubiales, considerou inevitável o compromisso da comunidade mundial de reparar a injustiça.

Fazemos um chamado a declarar 2014 como ano da solidariedade internacional com a Palestina, que consista em dar-lhe as boas-vindas como um Estado livre e soberano, propôs na plenária dos 193 países, uma iniciativa também tomada por outros governos e organizações, que foi aprovada na véspera na Assembleia Geral.

Os membros da Alba também exigiram que Israel cesse sua hostilidade, traduzida na colonização de territórios ocupados com novos assentamentos, o bloqueio à Faixa de Gaza, a construção do Muro da Cisjordânia, os ataques a templos em Jerusalém Leste, os assassinatos a civis e as contínuas blitz.

O regime sionista israelense tem praticado o terrorismo de Estado, o apartheid, a limpeza étnica e os castigos coletivos à população civil, violando os direitos humanos e as leis internacionais, manifestou o embaixador venezuelano.

A esse respeito, a representante nicaraguense, que é também vice-chanceler, advertiu que essa postura israelense é o principal obstáculo à paz e à busca mediante o diálogo da solução dos dois estados demandada pela imensa maioria dos países.

Prensa Latina