Palestinos recebem solidariedade em sessão solene na Câmara 

“Os palestinos não podem mais ser refugiados em seu próprio país. Os mais de cinco milhões de palestinos devem ter assegurado o direito de retornarem às suas terras”, disse a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), na Sessão Solene em Homenagem ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, na tarde desta sexta-feira (29), na Câmara dos Deputados, em Brasília. 

Palestinos recebem solidariedade em sessão solene na Câmara - Agência Câmara

Para um público formado por 38 embaixadores, autoridades e membros da comunidade árabes, a parlamentar disse que “hoje o plenário está mais bonito por uma causa tão nobre”, fazendo uma deferência especial à comunidade árabe. “Estes que têm uma cultura admirável, tradições seculares e hoje estão no mundo contribuindo do jeito que podem para uma vida melhor”.

Às palavras de apoio dos parlamentares brasileiros, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben agradeceu, dizendo que o direito dos palestinos às suas terras é reconhecido pela legislação internacional, baseada no respeito ao direito de todos de usufruir da paz da boa vizinhança e da solução dos conflitos através dos meios pacíficos, preservando o ser humano e o meio ambiente. “E reconhecendo o direito do outro de viver de forma digna”, afirmou.

Para o diplomata, “o que acontece na região e nos Países vizinhos é o resultado nítido da ocupação da terra palestina e da expulsão do seu povo”, acrescentando que a cada dia 29 de novembro o povo palestino diz ao mundo e a tirania: “Chega”.

Decisão da ONU

A data de 29 de novembro foi declarada Dia Mundial de Solidariedade com o Povo Palestino em alusão à Resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que há 67 anos indicou a criação de um estado palestino, ao defender o Plano de Partição da Palestina criando os Estados de Israel e da Palestina.

A deputada Perpétua Almeida lembrou, em seu discurso, que, apesar da resolução da ONU – que tem a responsabilidade de mediar os conflitos no mundo -, até os dias de hoje parte substantiva desta Resolução não foi implementada e o Estado Palestino segue num limbo penalizando duramente o seu povo.

Ela disse ainda que “o Brasil, historicamente apoiou e apoia a solução de dois Estados, com os árabes vivendo em paz e segurança”. E cobrou da comunidade internacional, que faça insistências cobranças ao cumprimento da Resolução 181.

“O engajamento das grandes potências e de atores confiáveis como o Brasil, na resolução desta crise, guarda relação direta com o seu futuro. Ademais, os assentamentos israelenses são contrários ao direito internacional e ao Mapa da Paz e devem acabar. A paz jamais será alcançada por meio de ações unilaterais”, discursou a deputada comunista.

Para ela, “cada vez que esses esforços falham, estamos condenando novas gerações de conflito e sofrimento. Acredito que uma paz justa e duradoura no Oriente Médio tem como base as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, no quadro de Madrid, no Mapa da Paz e na Iniciativa Árabe de Paz. Somente esse entendimento impedirá que essas gerações sejam condenadas a um futuro de ódio e guerras”, disse, em referência as diversas tentativas de por fim ao conflito entre israelenses e palestinos.

Pela paz e pela vida

Os discursos foram intercalados por apresentação de números artísticos palestinos. O embaixador disse que “são nossos queridos artistas que carregam consigo sua criatividade para dizer ao Brasil muito obrigado e para dizer ao som do Alaúde e do canto e da dança que somos povos amantes da vida e da paz para nós e para os outros”.

“Cantemos juntos pela paz e pela vida digna a todos os povos e nações da região. Que a canção ocupe o lugar dos sons emitidos pelos aviões e tanques e que o Alaúde e o violino e a flauta ocupem o lugar das armas”, concluiu.

De Brasília
Márcia Xavier