Brasil e 114 países se unem pela biodiversidade e ecossistemas
Representantes de 115 países de todos os continentes aprovaram o primeiro programa de trabalho da Plataforma Intergovernamental sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistêmicos (IPBES-2) para o período de 2014-2018. O chamado “Consenso de Antália”” é o resultado das deliberações da Segunda Sessão Plenária da Plataforma IPBES-2, que aconteceu este mês, em Antália, Turquia, e foi considerado um marco importante no longo processo de criação desse novo mecanismo internacional.
Publicado 28/12/2013 16:10
De acordo com o representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Carlos Alberto Scaramuzza, há novos obstáculos a superar. “Apesar de o conhecimento científico sobre a perda da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos avançar a passos largos, a resposta política ao problema continua a representar um desafio relevante”, afirma.
Scaramuzza acredita que a criação de uma plataforma internacional dedicada à interface entre ciência e política atenderá a este desafio.
O Brasil ofereceu recursos equivalentes a R$233 mil para o ano de 2014 com a finalidade de contribuir para a implantação do recém-aprovado programa de trabalho do IPBES. Serão realizadas, no Brasil, reuniões de trabalho regionais ou de suporte técnico com base nas atividades programadas relacionadas a pesquisa e desenvolvimento, em cooperação com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
“Nosso desafio maior será promover um forte engajamento nas diferentes instâncias da implementação da IPBES, da comunidade técnica e científica, autoridades regionais, ministérios e agências federias, além de partes interessadas em conservação de biodiversidade, desenvolvimento sustentável, comunidades locais e indígenas”, explica.
A implantação dessa plataforma, segundo Scaramuzza, poderá se constituir em um instrumento efetivo para estabelecer e fortalecer as conexões entre a ciência da conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos e as políticas públicas.
Decisões de Antália
O Consenso de Antália permitirá a elaboração de relatórios temáticos, regionais, sub-regionais e globais, sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos, a partir do envolvimento das comunidades científicas nacionais e internacionais.
Ficou decidido, durante a plenária na Turquia, que a IPBES também promoverá atividades de capacitação, geração de conhecimento e o desenvolvimento de metodologias e ferramentas de apoio à adoção de políticas públicas para conservação e uso sust entável da biodiversidade.
O programa de trabalho aprovado prevê a realização de relatórios sobre temas importantes para o Brasil, tais como polinização e polinizadores associados com produção agrícola; e avaliação dos métodos para formulação de cenários e modelagem de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Foram aprovados, ainda, termos de referência para a criação de três forças tarefas destinadas à capacitação; geração de conhecimento e dados; e conhecimentos tradicionais e indígenas.
Da Redação em Brasília
Com informações do Ministério do Meio Ambiente