Sociedade britânica pede justiça para o Equador no caso Chevron

A organização britânica Amigos do Equador difundiu uma carta aberta em apoio aos moradores da Amazônia do país sul-americano, que, durante duas décadas, levam adiante uma batalha legal contra a companhia petroleira Chevron, a qual acusam de ser a responsável por graves danos ambientais.

Na missiva, subscrita pelo o ex-prefeito de Londres Ken Livingstone; pela ativista Bianca Jagger; por escritores, músicos e membros da sociedade civil britânica, entre outros, se deploram as tentativas da Chevron de se evadir do pagamento de uma compensação às comunidades da Amazônia equatoriana "severamente afetadas pelo vertido de bilhões de galões de dejetos tóxicos durante décadas”.

A carta aponta que, entre 1964 e 1990, a companhia Texaco – absorvida em 2001 pela Chevron – causou um dos maiores desastres ambientais. Amigos do Equador assinala que o petróleo contido nos dejetos vertidos na Amazônia são estimados em uma quantidade 30 vezes maior que a do desastre causado pela Exxon Valdez.

Acrescentam que isso gerou um dano social aos agricultores e às populações indígenas que vivem na zona, por estarem contaminados os rios que usam para beber, tomar banho e pescar.

"Há vinte anos, dezenas de milhares de moradores locais se organizaram e entabularam ações legais em nível privado para demandar uma compensação. Vinte anos depois ainda não se fez justiça”.

Se recorda que depois de décadas de luta, em 2011, um tribunal independente equatoriano ordenou a Chevron a pagar bilhões em compensação e em remediação.

No entanto, essa gigante corporação se recusa a pagar e há informes que indicam que a Chevron gasta centenas de milhões de dólares – mais do que gasta em alguma limpeza dos danos – em advogados e em lobby político.

A organização indica que a Chevron inclusive tem entabulado ações contra o Equador, buscando torná-lo responsável por qualquer compensação que a Chevron deve pagar, "em uma jogada que se chegasse a ter êxito, teria efeitos devastadores para o investimento público que o Equador requer fazer em saúde, educação e outros serviços”.

"Ao completarem-se 20 anos do começo dessa luta, é tempo de que a Chevron compense as comunidades amazônicas de pelo grave dano causado", conclui a carta.

Fonte: Agência Andes