Opaq anuncia primeira remoção de armas químicas da Síria

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) divulgou um relatório, nesta terça-feira (7), sobre a remoção do primeiro conjunto de “químicos prioritários” da República Árabe Síria. O transporte foi feito de dois locais distintos para o embarque em um navio dinamarquês, que deixou o porto de Latakia. A operação foi assistida e monitorada pela Missão Conjunta da Opaq e da Organização das Nações Unidas (ONU) na Síria, informa o comunicado.

Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq) - EPA

“Este é um passo importante no início do transporte desses materiais, como parte do plano para completar o seu descarte, fora do território da Síria”, disse o diretor-geral da Opaq, Ahmet Üzümcü, referindo-se aos químicos de potencial militar.

A ONU e a própria organização vêm saudando a disposição do governo sírio e o empenho das autoridades nacionais no plano, acordado em outubro, para a destruição do arsenal e das capacidades de produção de armas químicas.

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“Eu encorajo o governo sírio a manter o momento para remover o restante dos químicos prioritários, de maneira segura e planificada, para que possam ser destruídos fora da Síria o mais rápido possível,” disse o diretor-geral.

A proposta de destruição completa do programa de produção de armas químicas da Síria foi impulsionada pela Rússia, em acordo com o governo sírio, e aprovada pela resolução 2118 do Conselho de Segurança da ONU e pelas decisões do Conselho Executivo da Opaq.

O prazo acordado para a conclusão do plano é 30 de junho deste ano, e autoridades internacionais têm demonstrado satisfação com o compromisso sírio e o ritmo do processo.

No final de dezembro, países que estão oferecendo apoio marítimo para a remoção dos conjuntos de químicos usados na produção de armas reuniram-se na capital russa, Moscou, e concordaram nas modalidades de coordenação do transporte e escolta dos navios.

Até então, comunicados sobre a interrupção dos trabalhos por preocupações securitárias e burocráticas no âmbito internacional tinham sido divulgados pela Opaq, nesta que é considerada a mais complexa operação do gênero já realizada, sobretudo pela continuidade do conflito armado no país.

O governo sírio assinou também a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, da Produção, do Armazenamento e do Uso de Armas Químicas e sobre a sua Destruição (CWC), que entrou em vigor no país em 14 de novembro de 2013.

No processo, enviou à ONU e à Opaq inúmeros documentos que detalhavam o seu programa químico e listas do arsenal que já possuía, com informações também sobre as instalações de desenvolvimento do programa.

Moara Crivelente, da Redação do Vermelho
Com informações da Organização para a Proibição das Armas Químicas