Diplomatas reiteram relevância do Irã na conferência sobre Síria

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Líbano, Derek Plumbly, ressaltou a importância da presença do Irã na conferência internacional sobre a Síria, Genebra 2, prevista para a próxima semana. Neste domingo (12), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que tem dificultado a participação persa na reunião, viajou à França para negociações neste sentido, enquanto o chanceler do Irã, Mohamed Javad Zarif, no mesmo dia, disse que o seu país não está buscando um convite.

Mohamed Javad Zarif - Reuters

Em uma reunião com o embaixador do Irã no Líbano, Ghanzanfar Roknabadi, o enviado especial da ONU descreveu como “significativo” o papel da República Islâmica para resolver as questões regionais. O governo persa tem enfatizado o seu compromisso e a disposição para o apoio a uma solução política para o conflito que já dura quase três anos na Síria.

Embora diversos representantes da ONU e de envolvidos na preparação da conferência, como a Rússia, venham defendendo a necessidade do envolvimento do Irã, como um importante ator regional, os Estados Unidos têm criado dificuldades, e opinado sobre uma atuação “pelas laterais”, e não na própria conferência ministerial.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, também prevê, para a visita a Paris, a conversa com representantes dos grupos armados que combatem as tropas oficiais do governo sírio. Os paramilitares ainda estão divididos sobre a participação na conferência internacional, Genebra 2, assim denominada por tratar-se da continuidade da primeira rodada, realizada ainda em junho de 2012.

Segundo a mídia internacional, Kerry e outros representantes do grupo chamado “Amigos da Síria” – e que incluem, contraditoriamente, diversos países que vêm apoiando os paramilitares contra o governo do presidente Bashar Al-Assad, uma ingerência política gravíssima – devem pressionar o líder da Coalizão Nacional Síria, Ahmed Jarba.

Arábia Saudita, Catar e Turquia, por exemplo, assim como os EUA, o Reino Unido e a França, são declaradamente os maiores apoiadores dos grupos armados, com financiamento, recursos militares, mercenários e apoio político, o que vem garantindo a sustentação da violência disseminada na Síria e, cada vez mais, pelos países vizinhos.

Neste sentido, enquanto ressalta que a solução política é a única via para o fim da guerra em território sírio, o ministro persa das Relações Exteriores, Zarif disse, durante uma coletiva de imprensa no Líbano, neste domingo, que Teerã não está buscando um convite para a conferência internacional.

“Nós acreditamos que uma solução política é a única forma de acabar com a crise na Síria. O único caminho para acabar com o extremismo, o terrorismo e o sectarismo é aceitar as exigências do povo sírio através das urnas eleitorais,” disse Zarif. As eleições presidenciais, de acordo com a Constituição, devem acontecer neste ano.

“O Irã vai participar nas conversações de Genebra 2 sobre a Síria se for convidado, sem qualquer pré-condição. Entretanto, nós não estamos buscando este convite.” A Conferência Internacional de Paz sobre a Síria, "Genebra 2", está prevista para o dia 22 de janeiro, em Montreux, na região de Genebra, Suíça.

Da redação do Vermelho,
Com informações da emissora libanesa Al-Manar