Reitores e alunos pedem federalização de UniverCidade e UGF

As universidades Gama Filho (UGF) e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) foram descredenciadas pelo Ministério da Educação, reitores afirmam estar preocupados com o futuro dos mais de 10 mil alunos que correm o risco de não terminar o curso superior.

manifestação gama filho e univercidade

Os dirigentes das universidades Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio), Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Federal Fluminense (UFF), da Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) propuseram a federalização das duas instituições de ensino.

Após reunião desta terça-feira (14), os reitores divulgaram nota em que defendem a federalização como alternativa para que os mais de 10 mil estudantes das entidades descredenciadas não fiquem sem concluir o curso superior.

“Assim, apoiamos como solução a federalização da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade", diz nota dos reitores. Eles ressaltam "o grande avanço na educação nos últimos anos" e apelam à presidenta Dilma Rousseff e ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para que considerem a proposta de federalização, já que têm todas as condições técnicas e políticas para implementar a proposta para, com isso, 'atender aos anseios das forças sociais, políticas e estudantis".

Para os reitores, a transferência dos estudantes para outras instituições pode ser inviável. “Consideramos também que o caminho para a solução do problema, que atinge os membros da comunidade acadêmica (alunos, servidores docentes e técnico administrativos), com forte impacto social, não seja uma simples redistribuição dos estudantes, tarefa que não é fácil e pode se mostrar inviável a curto e médio prazo, agravando a situação.”

Os reitores ressaltam ainda que a educação não pode ser vista como um negócio, mas um investimento de longo prazo, cuja maior responsabilidade cabe aos governos. “Neste sentido, reafirmamos a nossa disposição para colaborar com o processo de federalização, mantendo o compromisso com a educação”.

Estudantes se manifestam pela federalização

Na tarde de terça-feira (14) os estudantes das duas universidades se reuniram na Praça da Candelária no Rio de Janeiro para protestar contra a decisão do MEC e pedir a federalização das instituições. Um dos integrantes do Diretório Central dos Estudantes da Gama Filho, Anderson Diniz, afirma que o descredenciamento não resolve os problemas dos centros de ensino.

Nesta linha, os estudantes defenderam os professores, com cartazes e palavras de ordem deixaram claro que, ao contrário da afirmação do MEC, o ensino nas instituições não é ruim. “O problema sempre foi o [Grupo] Galileo [Educacional – mantenedora das instituições], o ensino da Gama Filho nunca foi questionado, nossos professores são mestres, doutores, aqueles que não são doutores estão buscando o doutorado. Temos excelência em engenharia, medicina, educação física, história, toda a parte de humanas também. Então, não tem por que fechar a Gama Filho”, defendeu Diniz.

O MEC, porém, diz que não há possibilidade de federalizar a Gama Filho e a UniverCidade e que, após todas as tentativas de resolver os problemas, o descredenciamento foi a última opção. Agora, o MEC vai acompanhar a transferência assistida dos alunos para outras faculdades.

O presidente do Grupo Galileo Educacional, Alex Porto, pediu que os alunos da UGF e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade ) tenham “um pouco de paciência”, e pediu desculpas pelo descredenciamento.

Os estudantes marcaram para esta quinta-feira (16) um ato em frente ao Ministério Público Federal, das 16h às 18h, para pedir a intervenção do órgão no caso.

Foto: Agência Brasil