Refugiados palestinos enfrentam grave crise humanitária na Síria

O campo de refugiados palestinos de Yarmouk, na Síria, é palco de uma extrema crise humanitária, em meio ao conflito que assola o país árabe há três anos. Vulnerável às incursões e involuntariamente servindo de abrigo aos grupos armados que combatem contra o Exército sírio, o campo ficou bloqueado e parou de receber assistência humanitária inclusive da agência das Nações Unidas responsável por supri-lo. Neste cenário, notícias sobre a morte de refugiados devido à fome são alarmantes.

Yarmouk - ssam Rimawi / APA images

A Autoridade Nacional Palestina tem reiterado o seu pedido ao governo sírio e aos grupos armados para a exclusão do campo de refugiados da rota de combate.

A polêmica está em torno do refúgio buscado na região também por grupos extremistas que têm lutado contra o Exército da Síria, garantido involuntariamente no campo de refugiados de Yarmouk, por exemplo, devido à vulnerabilidade da sua condição, sobretudo em meio ao conflito armado.

A Agência das Nações Unidas de Assistência e Trabalhos para os Refugiados da Palestina (UNRWA), responsável pela manutenção dos campos no Oriente Médio, tem encontrado dificuldade extrema na entrega de diversos bens de primeira necessidade, inclusive alimentícios.

Nos últimos meses, segundo fontes palestinas, cerca de 50 pessoas já morreram de fome em Yarmouk, um campo de pouco mais de dois quilômetros quadrados, mas que acomoda a maior comunidade de refugiados palestinos na Síria, nos arredores da capital, Damasco.

Nesta semana, os meios de comunicação palestinos têm focado suas atenções na crise vivida no campo de refugiados, com a notícia de mais mortes devido à fome, além de outras mortes em meio aos confrontos armados. As autoridades palestinas têm tentado garantir o não envolvimento dos refugiados na questão política síria ou nos grupos que lutam contra as forças do governo, mas principalmente os islamitas têm se infiltrado nessas regiões.

O campo de Yarmouk enfrenta um período de cinco meses de bloqueio, enquanto os esforços para expulsar os grupos armados são contínuos. Falta comida e suprimentos de emergência, o que aumenta uma situação já extrema para os milhares de refugiados no campo. Em 2002, um censo estimava que cerca de 110 mil refugiados viviam em Yarmouk.

No fim de semana, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, havia ordenado o envio imediato de suprimentos ao campo, assim como a mediação do embaixador da Palestina na Síria e de outras autoridades, para facilitar a entrada da assistência. Nos dias anteriores, mais cinco palestinos tinham morrido de fome.

O comissário-geral da UNRWA, Filippo Grandi, disse que as “condições humanitárias no campo de refugiados bloqueado em Yarmouk estão piorando dramaticamente, e nós estamos, atualmente, incapazes de ajudar aqueles que ficaram presos dentro dele.” Cerca de 20 mil refugiados palestinos ainda residem no campo, de acordo com a agência.

Da redação do Vermelho,
Com informações da agência palestina Wafa