Farc expõem propostas sobre substituição de cultivos ilícitos

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Farc expuseram neste domingo (19) em Havana, onde se desenvolvem os diálogos de paz, propostas estruturais mínimas para a superação dos usos ilícitos dos cultivos de coca, papoula e maconha na Colômbia.

Plantação de Coca

Tais iniciativas foram expostas por Marco León Calarcá, um dos delegados das Farc nos diálogos de paz que há 14 meses se realizam em Havana com o governo colombiano, para pôr fim a um conflito que já dura mais de meio século.

Como parte de sua política antidrogas para a soberania e o bem viver dos pobres do campo, o grupo guerrilheiro se pronunciou a favor da implementação do Programa Nacional de substituição dos usos ilícitos dos cultivos de folha de coca, papoula e maconha, previamente apresentado na 19ª rodada de conversações.

Concluíram que as causas fundamentais do aparecimento e a expansão de tais empregos são de caráter socioeconômico e se encontram na pobreza e miséria dos despossuídos, expropriados e desalojados do campo, das comunidades camponesas, indígenas e afrodescendentes.

Diante esta situação, a política de superação dos usos ilícitos se entenderá como um capítulo especial do processo de reforma rural e agrária integral, socioambiental, democrática e participativa, afirmou Calarcá.

Igualmente, as Farc defenderam o reconhecimento e o respeito dos territórios das comunidades camponesas, indígenas e afrodescendentes, tendo em conta que parte importante dos cultivos de coca, papoula e maconha se acha nas regiões que ocupam estes setores populacionais.

Calarcá disse que as políticas tendentes a essa substituição se fundamentarão na proteção constitucional e legal desses territórios, incluídos o reconhecimento e o respeito à autonomia das comunidades em seu governo e gerenciamento, bem como o direito à consulta prévia.

A guerrilha defendeu também a prevalência dos direitos humanos nessas políticas, com ênfase em um enfoque integral em que terão especial atenção as mulheres e jovens cultivadores de coca, papoula e maconha. Para a massa trabalhadora dedicada a tais cultivos consideraram tais medidas especiais tendentes a garantir o acesso à terra, sua incorporação estável nas comunidades camponesas, trabalho e rendimentos dignos e, em geral, garantias para o pleno desfrute dos direitos humanos integrais, enfatizou Calarcá.

Prensa Latina