Crimes sexuais de oficiais dos EUA no Japão ficam impunes

A maior parte dos perpetradores de abusos sexuais nas bases militares dos EUA no Japão não tem sido presa. Ao invés disso, eles apenas receberam punições como o rebaixamento, as multas ou até uma carta de reprimenda, de acordo com a organização Liberdade de Informação, citada pela emissora Russia Today, nesta segunda-feira (10).

Base militar EUA no Japão - Reuters / Lance Cpl. David N. Hersey

Mais de 1.000 documentos adquiridos pela agência Associated Press (AP) pintam um quadro “perturbador” sobre a forma com que as acusações têm sido tratadas. A AP afirma que o processo “beira o caos”.

Relatos de crimes sexuais feitos entre 2005 e 2013 mostram que apenas um terço dos 244 funcionários das bases militares que receberam alguma forma de punição foi encarcerado. Em 30 casos, uma carta de reprimenda foi a única consequência dos seus atos.

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Entretanto, há discrepâncias entre os diferentes ramos militares, com inconsistências aparentes entre como as acusações sobre os crimes sexuais foram tratadas pelos fuzileiros e pela Força Aérea.

O Exército enviou 53 dos 270 que cometeram crimes sexuais à prisão, um contraste radical com o número de sentenças da Marinha, em que só 15 dos 203 acusados foram presos. A Força Aérea só prendeu 21 dos 124 atores de crimes sexuais, tornando-se o ramo militar mais permissivo no caso das punições a este tipo de crime.

O número de casos de abusos sexuais levados às Cortes Marciais em todos os ramos das forças armadas estadunidenses aumentou de 42% em 2009 para 68% em 2012, de acordo com os dados do departamento responsável pela questão.

Entretanto, esta tendência não se verifica quando se trata dos oficiais das bases militares no Japão: entre 2005 e 2013, apenas 24% dos casos (116) foram direcionados às cortes.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Russia Today