Encontro tripartite pretende acelerar conferência de Genebra

O encontro será na sexta-feira (14) e dele participarão o vice-ministro russo de Exteriores, Guennadi Gatílov; a subsecretária de Estado norte-americana para assuntos políticos, Wendy Sherman; e o mediador das Nações Unidas e Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.

"Lembramos que a Rússia e os Estados Unidos exercerão um enérgico e contínuo controle do processo negociador", disse o vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov.

A Rússia é um dos países com maior compromisso na busca de uma solução negociada à crise que começou há três anos na Síria e graças ao trabalho da diplomacia de Moscou foi possível evitar uma intervenção militar estrangeira na nação árabe.

A Conferência de Genebra 2 começou em 22 de janeiro na cidade suíça de Montreux e continuou de 24 a 31 no Palácio das Nações de Genebra.

Depois de uma pausa de 10 dias, o processo foi retomado nesta segunda-feira com a mediação de Brahimi e a participação de uma delegação do governo e da chamada Coalizão Nacional para as Forças da Revolução e Oposição Síria (Cnfros).

A representação governamental, presidida pelo chanceler Walid Muallem, propôs a necessidade de que o primeiro ponto da agenda seja o fim do apoio financeiro e militar aos grupos extremistas que atuam no país.

A prioridade é "o fim da violência e do terrorismo", disse Muallen.

Desde o início dos problemas, em abril de 2011, mercenários de mais de 80 países entram pelas fronteiras e muitos deles estão vinculados à Rede al-Qaida e a Frente al-Nusra, entre outros grupos.

No entanto, a Cnfros, que responde aos interesses dos Estados Unidos e outras potências do Ocidente e do Golfo, não quer abrir mão de sua reivindicação de formar um governo de transição, com o qual procura tirar do poder o presidente legítimo, Bashar al-Assad.

Ontem, o porta-voz dessa coalizão, Louai Safi, ameaçou boicotar o diálogo e não participar em uma terceira rodada, se não for aceito seu pedido.

A Cnfros, uma coalizão criada no Catar, enfrenta fortes divisões internas e voltou à conferência com a mesma representação do primeiro encontro, sem incluir um espectro mais amplo das forças de oposição moderadas.

Segundo fontes da ONU, está previsto que este novo encontro se estenda entre uma semana e 10 dias.

A segunda fase da conferência tem como pano de fundo um acordo entre o governo sírio e a oposição para estender por outros três dias a trégua na cidade velha de Homs, o que permitiu evacuar ao redor de mil pessoas.

Valerie Amos, titular do Escritório de Coordenação Humanitária da ONU, recebeu com satisfação a notícia e disse que isso permitirá que mais civis saiam dali e sejam entregues mais mantimentos necessários.

Fonte: Prensa Latina