ONU saúda negociações e insta ao cessar-fogo no Sudão do Sul

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moom elogiou, nesta quarta-feira (12), a segunda rodada de negociações, iniciada na terça-feira (11), em Adis Abeba, capital da Etiópia, entre as forças governamentais e da oposição do Sudão do Sul. Ban instou as partes a cumprirem o cessar-fogo acordado no mês passado.

Sudão do Sul - ACNUR / K. McKinsey

Através de um comunicado divulgado na página oficial do Secretariado Geral da ONU, nesta quarta, Ban apontou a importância de um diálogo político, com a participação de representantes das organizações governamentais e civis, para solucionar o conflito violento no país.

Estima-se que milhares de pessoas foram mortas e cerca de 870 mil deixaram as suas casas, inclusive 145 mil que buscaram refúgio nos países vizinhos e outras 75 mil abrigadas nas bases das Nações Unidas, dentro do país, desde que os confrontos armados eclodiram, em 15 de dezembro do ano passado, entre as forças do governo do presidente Salva Kiir e os simpatizantes do ex-vice, Riek Machar.

Leia também:

Governo e rebeldes do Sudão do Sul assinam cessar-fogo
Mais confrontos no Sudão do Sul agravam crise humanitária
Negociações sobre conflito no Sudão do Sul entram em impasse
Sudão do Sul vê aumento da violência e negociações têm início

As negociações entre o governo sul-sudanês e a oposição, conformada pelo Movimento/Exército de Liberação Popular do Sudão (SPLM/A, na sigla em inglês) estão sendo conduzidas em Adis Abeba sob os auspícios da organização regional do leste africano, a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad, na sigla em inglês).

De acordo com o comunicado da Secretaria-Geral, Ban Ki-moon reiterou a importância também da participação dos membros do SPLM já presos. O texto ressalta ainda a preocupação com os graves relatos da continuidade dos confrontos armados em partes do estado de Unity e do Nilo Superior, apesar dos Acordos sobre o Fim das Hostilidades e sobre o Estatuto dos Detidos, assinado em 23 de janeiro.

"O secretário-geral também pede a todos os envolvidos o respeito ao trabalho de assistência e a garantia da liberdade de movimento da Missão nas Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) e dos assistentes humanitários," diz o comunicado.

Outras questões frequentes neste tipo de conflitos são o uso de bombas de fragmentação, encontradas pelo Serviço da ONU de Ação contra as Minas (UNMAS), ao longo da estrada Juba-Bor, no estado de Jonglei, onde os confrontos eclodiram.

A principal motivação do grupo armado é o apoio ao ex-vice-presidente Riek Machar, que foi acusado pelo governo sul-sudanês de planejar um golpe de Estado, com apoio de desertores do Exército.

Da redação do Vermelho,
Com informações da ONU