Presidenta Dilma visita a Arena da Amazônia

Um cesto de palha indígena carregado de frutas típicas do Brasil. Esta é a inspiração dos projetistas da Arena da Amazônia, em Manaus, que recebeu a visita da presidenta Dilma Rousseff, acompanhada pelo governador do Amazonas, Omar Aziz, e pela senadora do PCdoB amazonense Vanessa Grazziotin nesta sexta-feira (14).

Foto: Abelardo Mendes Jr./Portal da Copa

Dilma chegou ao estádio de helicóptero, por volta das 14h20m (horário local). Após uma rápida volta pelos camarotes, a presidenta foi até o gramado e chutou uma bola Brazuca, no centro do campo, seguindo o protocolo realizado na inauguração dos outros sete estádios já entregues para a Copa. No entanto, a presidenta ressaltou que ainda não se trata da entrega oficial da Arena da Amazônia.

Leia também:
Dilma anuncia R$ 419 milhões para obras de mobilidade no Amazonas

"Isso não é inauguração, é visita, afirmou a presidenta, que colocou o estádio entre os mais belos entre os 12 que estão sendo construídos para o Mundial – O mais bonito eu não sei qual é. Se eu falar que um é mais bonito que outro, alguns vão ficar com raiva. Todas as arenas são muito bonitas, agora, seguramente, esta é uma das mais bonitas.

Com o gramado já praticamente em condições de jogo e a iluminação em fase de testes, restam apenas detalhes de acabamento para que o estádio seja entregue. Algumas áreas de concreto estão sendo pintadas e teve início a colocação de piso em áreas externas nas quais estavam sendo utilizadas máquinas pesadas. A fachada do estadio é composta de estruturas metálicas no formato da letra X, que vão diminuindo de tamanho até a cobertura. Os assentos, em variados tons de amarelo, laranja e vermelho, remetem à tradição e à natureza brasileiras.

“Temos um grande cesto amazônico, que guarda frutas do país, representadas por sete cores. Então, ficou um colorido interessante aqui dentro, que dá uma alegria inerente a todo tipo de espetáculo que vai acontecer aqui”, afirma Miguel Capobiango, coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa). Segundo ele, as frutas representadas são melão, banana, abacaxi, laranja, manga, goiaba e mamão.

Sorridente

Durante os cerca de 30 minutos que passou na Arena da Amazônia, Dilma Rousseff foi bastante assediada pelos operários. Sorridente, a presidenta acenou e mandou beijos para os trabalhadores. Dilma também arremessou para os operários a bola que foi usada para o ponta pé inicial.

"Veio na minha mão. Ficar com essa bola é a mesma sensação de fazer um gol no estádio. Vai ficar guardada, é um troféu" – comemorou o encarregado de montagem Wagner Anadias, de 34 anos, que conseguiu pegar a Brazuca jogada pela presidenta.

A saga da fachada

Com três anos e sete meses de obras, a Arena da Amazônia entrou na reta final de construção e registra 97% de conclusão. A montagem da fachada e da cobertura do estádio, que dão forma ao “cesto indígena”, foi uma das etapas mais complexas. Os módulos em X foram fabricados em Portugal e transportados por navios até o porto de Manaus. Juntos, pesam sete mil toneladas. Foram necessários três embarques, entre março e outubro de 2013, desde o porto de Aveiro até o de Chibatão, para completar todo o carregamento. Cada navio levou, em média, 15 dias de viagem entre a Europa e o Brasil.

"O embarque da estrutura metálica requereu uma operação logística significativa, porque são peças muito grandes. Para se ter uma ideia, um X de fachada, depois de montado, chega a pesar 97 toneladas. Então, você tem que começar a montá-lo no chão, para depois erguê-lo por guindaste. É uma operação delicada, considerando que você tem que atuar sempre com dois guindastes para evitar o balanço”, explica Capobiango.

Para levar as peças do porto de Manaus ao canteiro de obras, foram utilizadas 70 carretas. O fechamento da estrutura metálica foi feito com 252 painéis de membrana confeccionada em teflon e fibra de vidro, garantindo durabilidade, resistência, incombustão, reflexão da luz solar e translucidez ao material.


Quatro rampas

Cerca de 2,1 mil operários passaram pela obra, que tem área total construída de 83,5 mil m². Acidentes de trabalho causaram a morte de três deles durante o empreendimento. A Arena da Amazônia terá capacidade para 44,5 mil torcedores, sendo 40 mil durante o Mundial. O projeto está orçado em R$ 669,5 milhões, com R$ 400 milhões de financiamento federal via BNDES.

Os torcedores que forem aos quatro jogos da Copa do Mundo em Manaus, poderão acessar a Arena da Amazônia por meio de quatro rampas, duas maiores no lado leste, em frente a uma das principais avenidas da cidade, a Constantino Nery, outra no sul e outra no norte. Ao redor do estádio há uma esplanada de 33 mil m², a 11 metros de altura das vias, para facilitar a circulação do público.

“É legal essa distribuição porque ficamos com os acessos de público a leste, norte e sul e o acesso oeste é todo de serviços, seja para seleções, equipamentos, equipes técnicas, dos VIPs e até de abastecimento das mercadorias. Então você não tem um cruzamento do fluxo de espectadores com essa área de operação”, destaca Capobiango.

Os acessos principais para o público vão levar ao pódio, que é o nível intermediário da arena. Por lá, as pessoas poderão se dirigir às arquibancadas inferiores, superiores ou a um dos 61 camarotes. Também é neste anel que está localizada a maior parte dos 98 banheiros, sendo 16 para deficientes, e dos 17 quiosques de alimentação.

Fonte: Portal da Copa