Ato de apoio a Freixo reúne políticos, artistas e intelectuais

Representantes de movimentos sociais e da sociedade civil, intelectuais, artistas, políticos e magistrados se reuniram na noite desta segunda-feira (17) no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no centro da capital fluminense, para um ato de desagravo em apoio ao deputado estadual Marcelo Freixo (Psol).

Ato Freixo

Entre os presentes no ato estavam o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ), os senadores Randolfe Rodrigues (Psol-AP) – pré-candidato à Presidência ao lado de Luciana Genro, também presente ao evento -, Lindbergh Farias (PT-RJ) – pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro -, o cantor e compositor Caetano Veloso; o antropólogo Luiz Eduardo Soares, a socióloga Julita Lemgruber, o ator Gregório Duvivier, entre outros.

Os participantes do ato criticaram a maneira como a grande imprensa, principalmente a Rede Globo, cobriu o processo de investigação sobre a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, atingido por um rojão disparado durante um protesto na capital fluminense no último dia 6.

No último dia 9, o estagiário do advogado Jonas Tadeu, que representa os acusados pela morte do cinegrafista, afirmou que recebeu ligações da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, dizendo que o suspeito que acendeu o rojão era ligado à Freixo. A polícia colheu o depoimento do estagiário e fez um termo de declaração. Para o deputado, a denúncia feita pelo advogado é frágil e beira o absurdo.

No dia 10, o deputado, em entrevista coletiva, negou qualquer relação com os suspeitos da morte de Santiago. “Não tenho a menor ideia de quem foi o responsável por aquela ação que vitimou o Santiago, que é uma pessoa conhecida e querida de nós. Espero que o responsável seja identificado e responsabilizado. Sou radicalmente contra toda e qualquer violência e isso precisa ser investigado. Conheci a Sininho através da imprensa e esse número para o qual ela ligou é um número da Comissão de Direitos Humanos muito conhecido e antigo. Em que diz respeito a este termo, não tem o menor sentido durante um depoimento um telefonema de um advogado que diz que ouviu um depoimento, uma conversa que só ele ouviu, que a própria ativista nega. Isso precisa ser apurado", afirmou.

O ato

Todos os participantes elogiaram a trajetória de Marcelo Freixo e enalteceram a sua luta em defesa dos direitos humanos. O deputado agradeceu o apoio recebido.

Marcelo Freixo explicou que o ato foi organizado por grandes amigos de longa data que reuniram intelectuais, artistas, movimentos sociais, jovens em defesa da  história e da dignidade, disse o deputado. "Evidentemente, minha vida pública foi muito atingida pelos noticiários, que lamentavelmente de alguma maneira me associaram a esse ato brutal e inaceitável que atingiu o Santiago. Eu tenho uma história de vida inteira, uma luta contra a violência, muito antes do Parlamento, e não se pode destruir a vida de uma pessoa dessa forma. Então, evidentemente que essa acolhida, esse gesto de carinho vem muito bem pra mim nesse momento e eu fico muito grato a todas as pessoas aqui presentes”.

Apoio

O músico Caetano Veloso que também participou do ato de solidariedade, usou sua coluna no jornal O Globo de domingo  (16) para também defender o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ). "Gosto de Freixo não porque ele é do Psol. Acho que gosto um tanto do Psol por ele abrigar Freixo", disse um dos líderes do tropicalismo. Em seu texto, o compositor fez duras críticas ao próprio periódico pelo conteúdo veiculado durante o caso do cinegrafista Santiago Andrade, morto após ser atingido por um rojão durante uma manifestação no Rio de Janeiro.

"Simplesmente me pergunto qual exatamente será a intenção do O Globo ao estampar manchetes e editoriais induzindo seus leitores a ligarem Marcelo Freixo aos rapazes que lançaram o rojão que matou Santiago Andrade. A matéria publicada no dia em que saiu a chamada de capa com o nome do deputado era uma não notícia. Nela, a mãe de Fábio Raposo, o rapaz que entregou o foguete a Caio Souza, é citada dizendo acreditar que o filho “tem algum tipo de ligação com Freixo”. Isso em resposta a uma possível declaração do advogado Jonas Tadeu Nunes, que, por sua vez, partiu de uma suposta fala da ativista apelidada Sininho. O Globo diz que esta nega. Como então virou manchete a revelação da possível ligação entre o deputado e os rapazes envolvidos no trágico episódio? Eu esperaria mais seriedade no trato de assunto tão grave", escreveu Caetano.

Fonte: Portal Terra e Jornal Nacional