Comunidade de escola estadual troca Médici por Mariguella

No ano em que o Golpe Militar de 1964 completa 50 anos, uma instituição pública baiana que homenageava um presidente militar muda de nome. Por força da vontade da comunidade escolar, o Colégio Estadual Presidente Garrastazu Médici, localizado no bairro do Stiep, em Salvador, passa a se chamar Colégio Estadual Stiep Carlos Marighella.

A mudança foi anunciada pela Secretaria da Educação do Estado, na sexta-feira (14), e atende a um requerimento da escola, que realizou, no ano passado, uma eleição para escolher o novo homenageado. Marighella é baiano e foi um dos principais nomes da luta contra a Ditadura Militar (1964-1985) no país.

“A mudança era uma intenção antiga”, Fizemos uma consulta para saber se a mudança ainda era um desejo da comunidade. Fizemos um trabalho de apresentação do presidente Garrastazu, para que os estudantes conhecessem essa personalidade. Os novos nomes foram sugeridos em reunião de colegiado escolar e colocados em votação”, contou a diretora do colégio, Alda Dantas, à secretaria.

Concorreu com Marighella o geógrafo baiano Milton Santos – os dois nomes sugeridos pelo colegiado escolar. Antes da escolha, os professores promoveram ações que permitiram que os alunos conhecessem melhor a história tanto das personalidades baianas, quanto do ex-presidente Médice.

Marighella

Apesar de ter ficado conhecido como guerrilheiro, Carlos Marighella foi político – eleito para a Constituinte de 1946 pelo Partido Comunista Brasileiro – e poeta. Nasceu em Salvador, em 1911, e morreu em 1969, em uma emboscada feita por militares. Foi ele o fundador da ALN (Aliança Libertadora Nacional).

Da redação do Vermelho em Salvador,
Erikson Walla

*Colaborou Ascom/ Sec. de Educação