Governo da Venezuela diz que declaração de Obama expõe ingerência

Nesta quinta-feira (20), o governo venezuelano repudiou categoricamente as declarações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que condenou a violência na Venezuela e apelou para que os manifestantes presos sejam libertados. O Executivo do país latino-americano emitiu um comunicado após classificar a fala de Obama como “ingerência” e afirmar que as informações expostas por ele são “falsas”. 

No documento, o governo da Venezuela pede explicações sobre um suposto financiamento norte-americano na defesa aos opositores, que “fomentam a violência na nação sul-americana”. O texto reafirma a posição venezuelana de evitar a desestabilização do país.

Em entrevista à imprensa no final de uma reunião de cúpula de líderes da América do Norte em Toluca, no México, Obama pediu que Nicolás Maduro “atenda as reclamações do povo em vez de desviar a atenção expulsando diplomatas norte-americanos”. Ele criticou a expulsão dos americanos Breean Marie Mc Cusker, Jeffrey Gordon Elsen e Kristopher Lee Clark, que foram declarados persona non grata na Venezuela.

Leia também:
Diplomatas dos EUA têm 48 horas para deixar Venezuela
Venezuela: EUA apoiaram opositores violentos, denuncia jornalista
Maduro faz alerta sobre plano de "caos social" na Venezuela
Venezuela é vítima de uma nova tática intervencionista da direita

"Junto com a Organização dos Estados Americanos (OEA), apelamos ao governo da Venezuela para que liberte os manifestantes detidos e inicie um diálogo verdadeiro", afirmou Obama. Washington disse que estuda "ações" a adotar contra a Venezuela.

Leia a seguir a íntegra do comunicado:

O governo da República Bolivariana da Venezuela rejeita categoricamente as declarações emitidas na quarta-feira, 19 de fevereiro, pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na medida em que constituem uma nova e grosseira ingerência nos assuntos internos do nosso país, com o agravante de usar como uma base informações falsas e afirmações infundadas.

É uma ofensa à terra heroica dos astecas, de Juárez, de Villa e de Zapata, do nobre e valente o povo mexicano que o presidente Obama, a partir deste país irmão, continue agredindo a um país livre e soberano da América Latina e Caribe, cujas políticas, orientações e decisões são resultado da vontade popular expressa democraticamente.

A declaração que esperam os governos independentes e povos do mundo é aquela em que o governo dos Estados Unidos explica por que o financia, promove e defende os líderes da oposição que promovem a violência em nossa pátria e que esclarece com que direito o subsecretário adjunto Alex Lee entregou uma mensagem do seu governo, por meio da qual tenta condicionar e ameaçar o Estado venezuelano, pela sua decisão de fazer a ordem e a justiça valer aos responsáveis pela violência dos últimos dias.

Finalmente, o governo venezuelano reitera que continuará monitorando e tomando medidas para impedir que agentes norte-americanos busquem implementar a violência e desestabilização, e para informar o mundo sobre a natureza da política intervencionista das ações da administração Obama em nosso país.

Ministério do Poder Popular para Relações Exteriores

 

Da redação do Vermelho,
Com informações da AVN