Maduro faz alerta sobre plano de "caos social" na Venezuela

Os protestos violentos voltaram a acontecer na noite desta quarta-feira (19) em Valencia, San Cristóbal e Caracas, capital da Venezuela. Em um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, o presidente venezuelano alertou para a existência de um plano para levar o país ao “caos social, político e militar” para gerar uma “crescente espiral de ódio e confrontação de povo contra povo e logo justificar o injustificável, o chamado a uma intervenção militar nos assuntos internos da Venezuela”.

Maduro faz alerta sobre plano de "caos social" na Venezuela - Reuters

Diversas denúncias circularam nas redes sociais de que coletivos armados estavam circulando pela cidade e promovendo intimidações. Maduro disse que não aceita nenhum tipo de grupo armado. “Quem use armas em nome do movimento bolivariano vai ser preso, as armas da república estão com as Forças Armadas, eu assumo minha responsabilidade, onde haja indicações claras e as investigações conduzirem, que o poder judicial julgue e que condene”, afirmou.

O Ministério do Interior venezuelano confirmou que subiu para seis o número de mortos nos enfrentamentos ocorridos durante os protestos; há também relatos de quatro feridos a bala no estado de Bolívar (sudeste) em uma passeata pró-governo.

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Também nesta quarta-feira (19) começou a audiência de apresentação do opositor Leopoldo López, na prisão militar de Ramo Verde, que fica próxima a cidade de Teques. López é dirigente do partido Vontade Popular e autor da campanha “A Saída”, na qual propõe à população ir às ruas para uma mudança de governo. Ele é acusado pelo presidente de ser o autor intelectual da violência que provocou três mortes nos protestos realizados há uma semana.

Durante a madrugada, o tribunal, que se deslocou até Ramo Verde, decidiu que o opositor continuará na prisão em medida privativa de liberdade (equivalente à prisão preventiva), que dá um prazo máximo de 45 dias para que o Ministério Público possa acusar López, sobressair ou arquivar o caso. No entanto, segundo a imprensa local, o julgamento final deve ocorrer em 48 horas.

O opositor se entregou na última terça-feira (18) às autoridades, conforme um acordo feito com o governo dias antes.

Da redação do Vermelho,
Com informações de agências de notícias