Trabalhadores em TI entram em greve em São Paulo

Trabalhadores em tecnologia da informação (TI) do estado de São Paulo entram em greve nesta sexta-feira (21), por tempo indeterminado. A categoria, que tem data-base em 1º de janeiro, reivindica reajuste de 8,8% nos salários e de 10,3% nos pisos. A pauta inclui ainda vale-refeição de, no mínimo, R$ 16 para todos os trabalhadores e abertura de negociação para pagamento de participação nos lucros ou resultados (PLR) em todas as empresas.

Greve dos profissionais de TI de SP

A proposta do sindicato patronal apresenta reajuste de 6,5% para os salários e 7% para os pisos, planos para negociação da PLR em empresas com mais de dez trabalhadores e vale-refeição de R$ 14 onde trabalhem mais de 35 funcionários.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd), Antonio Neto, nos dois últimos anos, com a internacionalização da economia e a aquisição de muitas empresas de tecnologia por grandes companhias internacionais, o patamar da mesa de negociação mudou. "Você deixa de falar com o dono da empresa e passa a negociar com investidores, e os investidores só querem saber de lucrar cada vez mais, sem compartilhar isso com os trabalhadores."

Após cinco rodadas de negociação sem conclusão, muitas empresas passaram a procurar o sindicato para fechar acordos isolados, conforme informações do Sindpd. “Empresas que se sentiram prejudicadas na greve que fizemos em 2011 já nos procuraram. Assinamos acordos isolados com mais de 70 empresas, o que representa cerca de 20 mil funcionários”, disse Neto. A categoria tem aproximadamente 110 mil trabalhadores no estado, e aproximadamente 45% atuam na região metropolitana de São Paulo.

Durante greve realizada em 2011, os serviços bancários e de telecomunicações foram os mais atingidos. Com atuação em diferentes setores, os trabalhadores acreditam que, este ano, a implementação de projetos para a Copa do Mundo podem ser afetados.

Comunicado disponível no site de entidade patronal informa que a proposta do setor “leva em conta a atual situação econômica das empresas e as incertezas assinaladas pelo mercado quanto ao crescimento de negócios neste ano”.

Fonte: Rede Brasil Atual