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Direita quer derrubar projeto popular na AL, alerta Renato Rabelo

Ao fazer ampla reflexão sobre o cenário político nacional e sobre a ação ofensiva da direita na América Latina, Renato Rabelo, presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), convoca a militância a se unir contra o projeto retrógrado dos setores conservadores e do imperialismo.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo

Para o dirigente, há uma tentativa clara de derrubar o projeto popular inaugurado a partir da década de 1990, com a ascensão de governos progressistas na região. "Há uma ação conjunta, no plano político e econômico, para derrubar os governos progressistas e colocar no lugar governos que respondam aos interesses dos setores conservadores e do sistema financeiro internacional. Ou seja, governos que submetam as nações latino-americanas às potências internacionais", alertou o líder comunista.

Renato lembra que "no caso do Brasil, observamos que o chamado sistema de oposição (setores conservadores, sistema financeiro e mídia) tem centrado o seu ataque no plano da economia. Há um movimento em curso para construir no imaginário social a ideia de que o país vive em total desgoverno, na iminência de uma crise de completa falência. Movimento similar ocorre em nações irmãs. Ou seja, a direita e mídia promovem um movimento que constrói um cenário que não é real".

Ameaça à América Latina

Ele explicou que na realidade, "esse sistema de oposição, aliado às grandes potências imperialistas, com destaque para os Estados Unidos, não se posiciona por acaso. Há um grande interesse deles na América Latina, especialmente do ponto de vista econômico. Diante disso, uma América Latina coordenada e dirigida por governos progressistas não é interessante".

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Renato sinaliza que "está em curso um tumulto econômico que se desdobra no plano político. É olhar o que ocorre nesse momento em toda América Latina". Para o dirigente comunista, "esse tumulto, que encontra voz e espaço na mídia conservadora mundial, que infla a ação dos setores mais conservadores na América Latina, que acham espaço para semear crises, inchar manifestações e alimentar os discursos reacionários. Tudo isso é fruto de um projeto que está em curso não só no Brasil, mas em toda a América Latina".

Segundo Renato Rabelo, "há uma tentativa

 clara de desestabilizar os governos progressistas e populares em nossa região. A direita, aliada do imperialismo, não quer amargar mais uma derrota. É o que assistimos hoje. É isso que ocorre na Venezuela, uma ação direta desses setores contra o governo. Ou seja, ele atacam via plano econômico, descreditando os governos e seus projetos, e, também, atacam no plano político, criando um clima de conflito e desgoverno".

O presidente do PCdoB frisa que "o único projeto apresentado por esse sistema de oposição é a ideia do quanto pior melhor. Ou seja, não há projeto, pois a proposta deles [direita conservadora e sistema financeiro internacional] não leva em conta a luta do povo, a energia que o povo latino-americano, associada aos projetos dos governos populares e progressistas, empenhou para colocar essa parte do continente em um novo rumo. É isso que está em jogo".

Encruzilhada política em 2014

Diante da conjuntura na América Latina e no Brasil, em especial, Renato Rabelo alertou que é preciso está pronto para o embate político, pois estamos diante de uma encruzilhada.

"O atual cenário político nos coloca em uma encruzilhada. Duas direções. Uma delas nos apresenta um Brasil no qual as desigualdades estão aprofundadas e balizadas pelo modelo neoliberal, com desemprego, salários defasados e um Estado desmontado. Essa era a realidade nos anos 1990. Essa é a proposta defendida pelo sistema de oposição, que coloca por terra todo o esforço do povo brasileiro", alertou Renato.

Ele acrescenta que "a outra direção é seguir rumo ao avanço das mudanças conquistadas até aqui. A força do povo brasileiro e o fortalecimento do Estado pode aprofundar as transformações em curso. Por isso, defendemos as reformas estruturais e democráticas".

Ouça na Rádio Vermelho a íntegra da reflexão: