Dilma reafirma posição sobre recursos do pré-sal à educação

A presidenta Dilma Rousseff reafirmou nesta quinta-feira (27), durante a cerimônia de formatura de 3.800 alunos do Programa Nacional de Acesso ao ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que os recursos obtidos com a exploração do petróleo da camada pré-sal serão aplicados na melhoria da educação, sendo 75% dos royalties e 50% do óleo destinados a esse fim.

"Em alguns Estados do País, há crianças com 10 anos de idade que não conseguem ler, escrever, interpretar um texto", disse Dilma
Foto: Alan Morici / Terra

“Precisamos pagar bem os professores e vamos gastar dinheiro, não só pagando professores, mas fazendo escolas para dois turnos, com laboratórios e equipamentos. O Brasil é um país rico pela qualidade de seu povo e porque temos petróleo. Essa riqueza finita tem que ser transformada em uma riqueza que não acaba para o Brasil, que é a educação”, destacou a presidenta.

Dilma lembrou que, no Brasil, o caminho da educação é o meio para conseguir transformar o país em uma nação de técnicos, cientistas, pesquisadores e universitários. “Para o Brasil crescer e se desenvolver e deixarmos para trás a história trágica da desigualdade, precisamos trilhar o caminho da educação e do ensino técnico, que é importantíssimo em um país.”

A presidenta destacou que as mulheres também estão procurando pelo Pronatec – em alguns estados, elas são 70% dos participantes. Em São Paulo, as mulheres são 51%. “É interessante que as mulheres tenham claro que este é o caminho da sua valorização, que leva também a mais oportunidades para as famílias”, acrescentou.

De acordo com informações da Presidência da República, o Pronatec é um dos programas federais que têm mais sucesso, com cerca de 5,8 milhões de participantes em 3.500 municípios – no estado de São Paulo, são 870 mil matrículas. Entre os cursos técnicos com maior procura estão administração, comércio, eletroeletrônica, informática, logística, multimídia, publicidade, recursos humanos, redes de computadores e segurança no trabalho. Também têm muita demanda os cursos de educação continuada.

“Este programa tem algumas características que o tornam vencedor. Sua função é criar oportunidades. Ele é gratuito e permite que a participação das pessoas que precisam." Ela ressaltou que não há qualquer restrição e privilégio por causa da renda dos interessados. "Isso porque é uma parceria, e o governo federal coloca R$ 14 bilhões para garantir que vocês tenham acesso a educação de qualidade. Quem dá os cursos técnicos são aquelas instituições mais bem preparadas do Brasil."

Dilma destacou que o esforço dos estudantes, o apoio da família e as oportunidades dadas no âmbito dos programas federais formam um arco de força para o sucesso das pessoas. “E é esse arco de força que leva este país para a frente. O Brasil precisa da educação para que saia de forma perene da pobreza, para garantir que sejamos um país que usa a tecnologia e a inovação para agregar valor e criar empregos de melhor qualidade.”

Para construir tal caminho, disse a presidenta, é preciso começar na creche, oferecendo a todos os pequenos brasileiros as mesmas oportunidades. “As crianças têm de ter acesso aos mesmos estímulos porque sabemos que é na infância que a criança começa a se desenvolver. Uma criança com os estímulos corretos será um adulto com muito mais condições de realizar todo o seu potencial”, ressaltou a presidenta, que falou também sobre a necessidade de reforçar o ensino em período integral e as melhorias no acesso à universidade. Neste sentido, Dilma elogiou o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Com Haddad, Dilma diz que irá priorizar creches

Na manhã desta quinta-feira (27), em São Paulo, Dilma afirmou que a educação é prioridade de seu governo e que a partir de agora as vagas em creches serão uma meta a ser perseguida. De acordo com ela, "o caminho que se tem começa com a creche" e as crianças não podem ter oportunidades diferentes: “devem ter acesso aos mesmos estímulos”.

"Em alguns Estados do País, há crianças com 10 anos de idade que não conseguem ler, escrever, interpretar um texto", disse ela. Em seguida, apontou para uma mulher, na plateia, e disse que o neto dela teria de ter as mesmas oportunidades que o seu.

Ao seu lado, estava o prefeito da capital paulista e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. Haddad tem como meta, até o final de 2016, criar 150 mil vagas em creche. A maior dificuldade da prefeitura é conseguir terrenos para a construção dessas unidades. O governo inclusive está em acordo com o Estado, que poderá ceder algumas áreas para que a prefeitura possa construir as creches.

Fonte: Agência Brasil
Com informações do Portal Terra