Para vereadores, ainda há muito a fazer pelo Carnaval de Salvador

Após oito dias de Carnaval em Salvador – começa na quarta-feira com o Abre Alas e termina na Quarta de Cinzas com o arrastão dos artistas –, o que sobrou foram as queixas quantos aos velhos problemas que a população enfrenta todo ano, especialmente, neste período. De acordo com os vereadores de Salvador, Aladilce e Everaldo Augusto, ainda há muito a ser feito pela Prefeitura da capital pelos soteropolitanos.

Para Aladilce, que está no terceiro mandato na Câmara Municipal, este ano foi marcado pelo esvaziamento dos cidadãos de Salvador na festa momesca. Em sua opinião, o transtorno para se chegar aos locais de desfile pode ter sido um dos motivos principais. Como sempre, o transporte e a mobilidade deixaram a desejar. Taxistas desrespeitando as regras e extorquindo os foliões, longas distâncias a serem percorridas para conseguir pegar ônibus lotado ou estacionar os carros, cujos estacionamentos tinham valor absurdo, foram os líderes de queixas.

Everaldo Augusto destaca que as mudanças instituídas neste ano só reforçaram a elitização do Carnaval, que privilegiou os grandes camarotes, distantes da realidade de Salvador, sem dar espaço para a população que ocupa as ruas fora dos blocos, mais conhecida como pipoca. Segundo o vereador, os circuitos do Centro da cidade, este ano, acabaram entrando de vez na linha da extinção, pela forma como foram tratados. Aladilce concorda. “É preciso investir na Carlos Gomes. A rua não pode ficar morta. O Carnaval começou no Circuito Osmar”.

Eles ressaltaram ainda que outros serviços, como a limpeza das vias durante a festa, também foram precários. Mas, consideraram alguns pontos positivos. O Fundunço, lançado este ano, espécie de “circuito alternativo” sem blocos e trios, e o Carnaval nos bairros. Para o Everaldo, apesar de não obterem apoio público, conseguiu contestar a política vigente. “Foi o que salvou a tradição de participação popular na festa carnavalesca”.

A vereadora Aladilce reforça que a Câmara Municipal e a prefeitura precisam discutir amplamente a melhor forma de manter a festa, resgatando o espaço para a manifestação da população, já que esta é a maior festa popular de rua do mundo.

De Salvador,
Maiana Brito