Vigília da resistência na Praia do Flamengo enterra ditadura

Destruir um dos símbolos da democracia e do poder jovem. Esta foi uma das primeiras ações dos militares, tão logo deram um golpe de Estado em 1964. A sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), localizada na Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro, foi completamente incendiada.

Ato - UNE

Na última segunda-feira (31), 50 anos depois, o fogo voltou a crepitar no mesmo endereço, desta vez com velas acesas em memória aos torturados, mortos e desaparecidos durante a ditadura. A “vigília da resistência” foi organizada pela UNE e pela União Estadual dos Estudantes (UEE-RJ) para que a sociedade não se esqueça das atrocidades cometidas durante a ditadura.

Para o vice-presidente da UNE, Mitã Chalfun, o encontro de gerações promovido pela UNE foi de grande importância para relembrar a história. ‘’Saber o que se passou 50 anos atrás e ter a certeza que a nossa entidade lutou e ainda permanece lutando por mais direitos e melhorias na educação e para o país como um todo é emocionante”, falou.

Um enterro simbólico do regime militar foi realizado em frente a sede, com velas, flores, poesias e canções que lembraram desaparecidos como Vladimir Herzog, jornalista morto em 1975; Stuart Angel, morto em 1971; e Mário Prata, estudante morto em 1971, que hoje nomeia o Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Honestino Guimarães, estudantes desaparecido em 1973,

Os estudantes também ocuparam o Aterro do Flamengo, que fica em frente à sede, onde entoaram os famosos versos de Chico Buarque “Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia”, um dos hinos contra a ditadura militar.

”O período da ditadura foi vencido à custa de muito sangue e tortura. É um privilégio poder lutar pelos direitos do jovem em plena democracia conquistada’’, enfatizou Mitã.

Jovem é atropelado

Durante a noite, um jovem foi atropelado na avenida em frente ao Aterro do Flamengo e acabou falecendo. Segundo pessoas que estavam no local, o motorista do carro estava alcoolizado. O jovem é mais uma vítima da violência urbana, que, para a UNE, precisa ser enfrentanda com mais campanhas educativas e oportunidades para a juventude. A UNE lamenta o ocorrido e se solidariza com a família da vítima.

Fonte: União Nacional dos Estudantes