Líder do Talibã tenta mediação entre facções no Paquistão

O líder do movimento social, político e militar do Talibã, o mulá Omar, recomendou nesta terça-feira (15) o cessar-fogo entre facções paquistanesas em conflito, formadas por integrantes desse grupo guerrilheiro.

Em uma declaração difundida em Islamabad, o líder do grupo pediu uma solução às diferenças para a qual sugeriu que cada facção declame 100 vezes um verso do Corão (livro sagrado dos muçulmanos) em busca da conciliação.

50 seguidores do Talibã caíram na última semana por causa de disputas dentro do clã Mehsud, da facção paquistanesa do movimento.

Sabe-se que o mulá Omar é reconhecido como chefe máximo do grupo rebelde que se estende até setores do país vizinho, cujas duas facções mais importantes (do clã Mehsud) lutam para obter o controle da organização.

O chefe do Talibã enviou um comunicado às duas filiais paquistanesas e outras nesse país, para sensibilizá-los quanto à gravidade desse momento decisivo e chamá-las à sensatez.

As negociações entre os rebeldes e os governos do Afeganistão e do Paquistão encontram-se em ponto morto, sobretudo no caso desse último, sendo que dois meses de conversas não registraram avanços quanto a um cessar-fogo definitivo.

A seção afegã do Talibã também se divide entre os que querem dialogar pela paz e os que não; o mulá Omar se nega a conversar com o gabinete do presidente Hamid Karzai, em final de mandato ou com o que surgirá das eleições do último dia 5 de abril.

Contra essa última votação, a principal força opositora armada realizou uma campanha destinada a obstruir o processo, que os rebeldes consideram uma farsa organizada pelas tropas ocupantes.

Fonte: Prensa Latina