Espanhóis repudiam base da Otan nas Ilhas Canárias

O presidente do Governo das Canárias, Paulino Rivero, afirmou nesta terça-feira (22) que seria um disparate a instalação de uma base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na ilha de Palma.

Em declarações à Rádio Canárias Rivero expressou que a região decidiu ser uma zona de paz e assegurou desconhecer o projeto que já obteve o apoio do secretário geral do Partido Popular nas ilhas, Asier Antona.

Em declarações à Emissora Ser, Antona considerou positiva a instalação da base com o argumento de que "trará prosperidade" e permitirá reutilizar as instalações do Forte, no município de Breña Baixa.

Segundo fontes consultadas, militares da Otan vem realizando visitas às instalações do Forte com o objetivo de instalar uma base militar para eventuais operações na África, cuja costa está a apenas 95 quilômetros do arquipélago das canárias.

A Esquerda Unida Canaria (IUC) protocolou um questionamento no Congresso dos Deputados da Espanha para que o Estado esclareça o motivo da visita de oficiais estadunidenses.

Não separamos essa presença dos movimentos militares nos últimos anos no arquipélago e questionaremos o Governo sobre o papel do Forte na estratégia de converter as Canárias em uma base de operações militares na África, informou a organização em um comunicado.

O documento citou a declaração de zonas da ilha de Fuerteventura como de interesse para a defesa, projetos de construção de uma base militar nos Rodeos (Tenerife) e o uso da base de Gando (Grande Canária) para treinamento da Otan, entre outras.

A IUC também recordou que o general Martín Villalón, Chefe do Comando Militar nas Canárias, considerou que essa estratégia converterá às ilhas em um posto avançado para as intervenções na África.

O Partido Socialista Operário Espanhol, através do vice-secretário de Assuntos Políticos e Comunicação, Manuel Marcos também considerou como um disparate o apoio de Antona, a uma base da Otan.

Onde os populares (membros do PP) veem petróleo, nós vemos energias limpas e renováveis; onde eles veem militarização e belicismo, nós vemos uma oportunidade para a paz, concluiu.

Fonte: Prensa Latina