República do Congo e Rússia fortalecem cooperação estratégica

A República do Congo, no centro-oeste africano, planeja atrair os investimentos da Rússia para a infraestrutura, de acordo com o presidente congolês Denis Sassou Nguesso. Em declarações recentes à agência russa RIA Novosti, Nguesso disse que os dois países planejam ampliar a cooperação estratégica em diversas áreas, enquanto enfatizou também a importância da integração africana e a alternativa às políticas colonialistas ocidentais.

Rússia e República do Congo - AFP / Getty Images

“Planejamos desenvolver a cooperação em todas as áreas: hidrocarbonetos, agricultura, mineração, indústria madeireira, educação e formação,” disse o presidente congolês. Sassou Nguesso, que se tornou líder do governo em 1979, diz ainda saudar o apoio soviético à “luta pela libertação do povo da África.”

Entretanto, o presidente diz admitir que a relação com a Rússia precisa ser reconstruída, após as abrangentes transformações econômicas e políticas nos dois países. Nguesso acredita, de acordo com a emissora Russia Today, que a fundação para este avanço foi assentada durante a reunião oficial com o presidente russo Vladimir Putin, em 2012.

“Uma nova fase começou e, no próximo mês, uma comissão intergovernamental Rússia-Congo irá se reunir. Como resultado destas sessões, esperamos estabelecer novos projetos e objetivos concretos,” disse Nguesso.

O presidente congolês disse estar encorajado pela alternativa apresentada pelo grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ao apoio do crescimento no continente africano, fora do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, cuja política é a de condicionamento de financiamentos atrelados às reformas políticas e econômicas de caráter neoliberal.

O grupo Brics recentemente anunciou planos para lançar um banco de desenvolvimento que oferecerá fundos aos países africanos. O banco pode ser lançado ainda em julho, durante a cúpula a ser realizada em Fortaleza.

Sassou Nguesso foi presidente da União Africana duas vezes, na diferença de duas décadas, mas ressalta a política colonialista e acredita que apenas uma integração mais aprofundada capacitará as potências africanas para projetar a sua voz no cenário mundial.

“Todos os países estão tentando integrar grandes blocos e, a África, que foi dividida por forças estrangeiras, não pode ignorar este processo.” Para já, entretanto, o presidente congolês foca na busca pela prosperidade em seu próprio país, que tem uma população de quatro milhões.

A República do Congo, que conquistou a independência da França em 1960, atravessou uma guerra civil devastadora também no fim da década de 1990 e divide fronteiras com a atualmente conturbada República Centro-Africana.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da Russia Today e agências