Governo e opositores sírios chegam a cessar-fogo em Homs

O governo da Síria e os opositores, que estão em guerra há mais de dois anos, acertaram nesta sexta-feira (02) um cessar-fogo nos bairros da parte antiga de Homs, cidade no centro do país, segundo informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

De acordo com a ONG, o acordo estabelece que os insurgentes recuem da parte velha para o norte da cidade e que as forças governamentais tomem o controle do centro velho. O cessar-fogo pode encerrar os confrontos mais longos entre as forças pró-governo e os opositores desde o início do levante contra o presidente Bashar al-Assad. A cidade chegou a ser conhecida como "capital da revolução" da Síria. 

Depois de os habitantes de Homs terem realizado diversos protestos anti-Assad, a cidade foi a primeira a ser largamente tomara pelos opositores do governo, enquanto os levantes evoluíam para uma guerra civil. Desde então, as forças governistas tentam retomar o controle. Nos últimos meses, os rebeldes foram isolados e bloqueados em uma faixa no centro antigo de Homs, atacados e vigiados por artilharia pesada do governo. 

"Não era isso que nós queríamos", afirmou um ativista da oposição, Beibars Tilawi, à Associated Press. "Mas é tudo que conseguimos". As autoridades sírias ainda não comentaram o acordo com os opositores. 

O acordo estabelece uma trégua de 48 horas na parte de Homs controlada pela oposição, depois das quais centenas de ativistas serão evacuados para o norte do país, em áreas tomadas pelas forças anti-Assad. 

O cessar-fogo veio semanas depois de as forças governamentais terem começado a encurralar e atacar as partes de Homs controladas pelos rebeldes. Os opositores que estavam fora da cidade não foram ajudar os que estavam nela, segundo ativistas. Isso levou à rendição de centenas deles ao exército de Assad.

Um grupo, entretanto, permaneceu lutando em Homs, performando diversos ataques a bomba, que mataram, em sua maioria, civis. O mais recente ocorreu nesta quinta (01), quando a explosão de carros-bomba levou à morte de cerca de 50 pessoas na área da cidade controlada pelo governo.  

Fonte: Opera Mundi