Entrevista: Renata Rosa eleita presidenta da UJS/SP

A União da Juventude Socialista do Estado de São Paulo elegeu por aclamação em seu 17º Congresso a jovem guerreira Renata Rosa de Souza Candido, conhecida carinhosamente como “Renatinha”. Mulher negra de 24 anos, secretária de organização da gestão de Carlos Siqueira (Carlão) agora será responsável por presidir a maior bancada da UJS no país. Renata atuou na Pastoral da Juventude, também foi militante do grêmio estudantil da escola Osvaldo de Oliveira em Suzano e presidiu a UJS Suzano.

renatarosa

Por Eder Bruno, Vermelho SP

Em sua opinião, o que é representar a maior bancada da UJS no país?

São Paulo é um estado muito importante para o Brasil em diversos aspectos e dentro da UJS não poderia ser diferente. Representar a UJS São Paulo é uma grande honra e é com muita felicidade que aceito o desafio. A responsabilidade é enorme e os desafios também, mas tenho certeza que essa direção que se inicia, assim como a que se encerrou, tem muito compromisso com nossa organização e fará uma excelente gestão.

Você disse em seu discurso após eleita que a UJS será conhecida por todo estado, como pretende fazer isso?

Toda nossa militância vai às ruas incansavelmente com muito brilho nos olhos e criatividade, passar nas escolas e universidades, conversar com os jovens artistas, trabalhadores, esportistas. Vamos melhorar também nossa atuação nas redes sociais e apresentar a UJS e as nossas ideias para todos os jovens, em todos os cantos.

Você assume a UJS São Paulo em ano de Copa do Mundo e Eleições, como será a postura da entidade diante dos embates que virão?

Vamos disputar a Copa do Mundo no campo e fora dele. A verdade é que estão bombardeando um monte de mentiras e falsas contradições pra confundir a população e em especial a juventude, porque estão usando isso como parte da disputa eleitoral. Colocaram a Copa no centro da disputa por falta de programa pro Brasil. Nós temos algumas críticas quanto às posturas autoritárias da FIFA, a elitização do futebol que vem de antes da Copa do Mundo ser aqui, entre outras! Mas sabemos da importância da copa, especialmente num país como o Brasil e vamos batalhar para que seja positiva. Vamos colocar telões em alguns cantos do estado para assistir aos jogos e fazer o debate correto, além de torcer muito para nosso país ser Hexa Campeão e tenho certeza que vai!

Para além dos embates deste ano, quais serão os grandes desafios de sua gestão?

Temos o desafio de crescer e ampliar cada vez mais a influência da UJS na juventude e na sociedade como um todo. Temos a meta de filiar 60 mil jovens na nossa organização. Já estamos presentes em todas as regiões do estado de São Paulo e agora é hora de enraizar nosso trabalho e ter mais vida orgânica em cada região, em cada município e em cada núcleo. Conseguir assim, cada vez mais diversificar nossa atuação. Além de eleger nossos candidatos esse ano, vamos precisar disputar os mandatos para aprofundar as mudanças.

Qual seu objetivo político dentro da maior entidade de juventude política organizada do país?

O principal objetivo político é ajudar a fazer do Brasil um país socialista e ganhar mais jovens para travar essa luta com a gente. Não é fácil, é só pensarmos que desde o nascimento, as pessoas estão sendo educadas para se conformarem com as coisas da forma como elas estão! A mídia, as famílias, a escola, tudo a todo o momento dizendo que os jovens precisam se preocupar em ter determinadas coisas, em “vencer na vida”, dizendo que é necessário que se encaixem em determinados padrões. Não temos esse aparato todo, temos nossa militância e só! Temos os 3 minutos que nos deixam passar em sala de aula, isso quando nos deixam. Mas estamos firmes na disputa pelo pensamento e pelos sonhos da juventude. Nossa militância está muito convencida, animada e convicta. As grandes batalhas deste ano são importantíssimas nesse sentido. Precisamos desenvolver o país, melhorar a vida do povo e elevar o nível de consciência para chegarmos mais próximos do país dos nossos sonhos.

Você é uma jovem mulher negra, a segunda a presidir a entidade, neste caso, os desafios são maiores?

Com certeza são. A sociedade ainda é muito preconceituosa e é muito mais difícil para quem é jovem, para os negros e para as mulheres passar por todos os obstáculos e todas as diferenças de oportunidades e assim, se estabelecer. Pode olhar o retrato dos parlamentos, dos cargos executivos, definitivamente não é a cara e nem a representação do povo brasileiro, que é em sua maioria formado por mulheres e negros. Felizmente a UJS tem avançado muito no que se refere ao protagonismo das mulheres em nossa organização e é sem dúvida, a organização de juventude que mais representa a diversidade e a cara a juventude brasileira.

Quais serão suas principais atribuições neste curto espaço de tempo até o congresso nacional da UJS? Há um preparo antecipado da bancada?

Nessa etapa que vai até o congresso nacional da UJS, estamos forte na campanha de filiação e mobilização. Vamos sair de São Paulo com 12 ônibus. Para além disso, ainda temos alguns congressos municipais que vão acontecer, entre eles o da capital de São Paulo e já estamos concentrados nisso.