Após dois dias de greve em SP motoristas voltam nesta quinta

Após quase três horas de reunião, o grupo de motoristas e cobradores de ônibus que liderou a paralisação na cidade decidiu voltar ao trabalho a partir da meia-noite desta quarta-feira (21). O encontro ocorreu na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho, com a presença dos advogados dos sindicatos patronais e representantes da prefeitura e dos trabalhadores.

Universidades e órgãos públicos interromperam as atividades - Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo o superintendente do ministério, Luiz Antônio Medeiros, ele irá nesta quinta-feira (22), junto com os trabalhadores, pedir ao prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que converse com os empresários para que reabram as negociações salariais. “A nossa ideia é buscar uma solução rápida para a greve, levando em conta os interesses dos trabalhadores”, disse o superintendente, acrescentando que as empresas deveriam retomar as negociações com a categoria.

O advogado dos sindicatos patronais, Antônio Roberto Pavani Junior, disse que uma liminar, conseguida pelas empresas, garante o funcionamento de 65% das linhas de ônibus da cidade.

De acordo com ele, uma audiência foi agendada para o início da tarde desta quinta no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para julgar o movimento grevista.

“Nós entendemos que as negociações já ocorreram. Foram aprovadas em assembleia. Em virtude disso, não aceitamos esse tipo de movimento, senão você não tem segurança nenhuma. Você aprova uma assembleia do sindicato e amanhã outra facção vem com outro entendimento”, disse o advogado.

Os representantes dos grevistas disseram que não há divergências com o sindicato. Segundo eles, grande parte da categoria não pôde comparecer à assembleia para apreciar a proposta aprovada.

O Ministério Público de São Paulo vai investigar o ato dos motoristas de ônibus, realizados tanto na terça-feira (20) quanto na quarta-feira (21), quando foram fechados 16 terminais, afetando mais de 200 mil passageiros, quanto no último dia 12, quando foram paralisadas 19 linhas e 224 coletivos. O inquérito civil foi instaurado nesta quarta (21). O MP considerou que o movimento violou os princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana. A promotoria vai apurar a responsabilidade de entidade sindical na paralisação.

“Com a instauração do inquérito civil, foi expedido ofício ao Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores Rodoviários Urbanos de São Paulo solicitando informações sobre pessoas, entidades e empresas que, de qualquer modo, tenham colaborado para as paralisações, e à Secretaria Municipal de Transportes, solicitando informações e documentos sobre os fatos, com detalhamento possível sobre as causas, consequências e, especialmente, a indicação da população usuária que foi afetada diretamente pela paralisação”, afirma o MP, em nota publicada no site, a qual solicita mensuração do prejuízo acarretado à cidade pela paralisação.

Com Agência Brasil