UJS defende um novo projeto de segurança pública sem a PM

Durante o 17º Congresso da UJS, realizado em Brasília, uma das resoluções da entidade defende um novo sistema de segurança pública, intrinsecamente ligado à desmilitarização da polícia. “Um sistema falido”, é assim que os jovens socialistas veem o atual processo de segurança do Estado que oprime e mata a juventude pobre e negra nos bairros periféricos e favelas do Brasil.

Violência policial - Reprodução

Em documento oficial, a UJS defende a desmilitarização da PM e apresenta dados suficientes para provar que, de fato, a segurança pública entrou em colapso. Segundo estudo, em 2011 em todo o mundo foram executadas 676 pessoas por condenação à morte. Enquanto isso, em dez anos, 10 mil pessoas foram mortas pela polícia no Rio de Janeiro. Em 2005 a PM do Rio matou 707 pessoas, foram abertos inquéritos policiais de apenas 355 casos, destes, 19 viraram processos e apenas 3 tiveram resultado, os demais foram arquivados a pedido do Ministério Público.

Esses dados levam a militância da UJS a acreditar que a polícia militar é atualmente a responsável por condenar à morte jovens que não tiveram o direito de serem investigados e punidos pela lei caso tivessem realmente cometido algum crime, ou menos ainda, a chance de defender sua inocência. A entidade vê esta violência policial como um resquício da ditadura militar que manteve o país sob um regime obscuro durante 21 anos.

Desta forma, a UJS defende o fim do caráter militar da polícia e que esta passe a assumir uma postura cidadã, destinada a defender e não ameaçar a comunidade. A entidade exige ainda que as polícias civis e militares passem a ser julgadas pelas mortes, agressões e violações dos direitos humanos praticados em “exercício da função”.

Confira a resolução completa em PDF.

Da redação do Vermelho
Mariana Serafini