Artigo de Flávio Dino: Economia criativa e festas juninas
Flávio Dino, 46 anos, foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal. Atualmente coordena o movimento Diálogos pelo Maranhão
Publicado 16/06/2014 12:45 | Editado 04/03/2020 16:46
Este mês de junho é marcado pelas vozes animadas dos apaixonados pela democracia, que se movimentam pela realização das convenções partidárias. São discursos, músicas e foguetes que mobilizam milhares de pessoas, aceleram corações e reacendem esperanças de que conquistaremos um Maranhão de todos nós.
Coincidentemente, temos a emoção adicional trazida por outros sons: os das festas juninas. As toadas do bumba meu boi e tantos outros ritmos e danças; os sabores do cuxá, das tortas e do arroz maria isabel; e o multicolorido das roupas dos brincantes são mostras vivas da beleza, da diversidade e da força do nosso povo.
As festas juninas são um dos melhores exemplos do que vem a ser o conceito de Economia Criativa, propagado pelo ex-ministro Gilberto Gil. Em sua genialidade de grande compositor, ele nos chamava a atenção para a imensa força mobilizadora da sociedade – e, portanto, dos recursos econômicos – que a cultura tem em nosso país.
A execução de políticas públicas que fomentem esse papel de mobilização econômica da criatividade humana é uma importante função do Estado. Sob esse aspecto, temos de incentivar a criatividade de nosso povo, a fim de gerar ganhos econômicos com a movimentação gerada por turistas brasileiros e estrangeiros, além dos próprios moradores das cidades maranhenses.
Durante minha passagem pela Embratur, procurei ao máximo explorar esse aspecto cultural do interesse dos estrangeiros pelo nosso país. Apostamos nas atividades da economia criativa como um enorme diferencial de nosso país como destino turístico. Os bons resultados nas cidades-sede da Copa estão sendo colhidos agora, com presença de centenas de milhares de turistas para assistirem aos jogos, coincidindo com diversas atividades culturais que certamente estão encantando muitos corações e gerando trabalho e renda para muitos brasileiros. Lutei bastante para que o Maranhão pudesse usufruir de parte dessa movimentação, mas a inércia do governo do Estado é realmente impressionante, em todos os planos.
No comando da Embratur, organizei diversas visitas guiadas de jornalistas estrangeiros a nosso estado, com o intuito de que mostrassem lá fora as belezas que bem conhecemos aqui – entre elas, as festas juninas. Nessas viagens, repórteres de outros países conheceram nossas festas juninas, parte fundamental da economia criativa maranhense. Com essas informações, retornaram aos seus países e escreverem sobre nossa diversidade cultural. Vários artistas e grupos culturais maranhenses se apresentaram na Europa e na América do Sul, com o apoio da Embratur. E agentes de viagens de vários países foram trazidos para conhecer e se habilitar a vender o destino Maranhão em suas empresas. Todas essas ações foram acompanhadas de investimentos em publicidade em mercados emissores prioritários. Ou seja, a promoção turística foi feita com intensidade inédita, mas isso só vai produzir mais resultados com a continuidade e com a estruturação adequada de nossos atrativos turísticos.
O casamento entre cultura e turismo, sob a égide da Economia Criativa, é um bom exemplo do que devemos fazer juntos para que o Maranhão ande para frente, com a geração de oportunidades de trabalho para o nosso povo e difusão de alegrias para todos. Eis uma grande tarefa que haveremos de ter, com a proteção de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal.