Restauração ecológica na Colômbia é vanguarda na América Latina

 Os esforços de restauração ecológica na Colômbia realizados durante os últimos anos têm contribuído para o acúmulo de experiências e conhecimentos especializados que tornam o país vanguarda nessa área na América Latina. A conclusão é da publicação "A restauração ecológica na Colômbia: tendências, necessidades e oportunidades”, do Centro para a Pesquisa Florestal Internacional (Cifor).

Restauração ecológica na Colômbia é vanguarda na AL - Adital

O estudo oferece resultados de uma análise retrospectiva das iniciativas de restauração de ecossistemas executadas na Colômbia, apresentando a evolução do setor e o contexto atual, assim como recomendações para superar as principais barreiras ao seu desenvolvimento e lançar mais impacto. A restauração ecológica, segundo o Cifor, pode ajudar a impulsionar a conservação da biodiversidade, a oferta de serviços ambientais e a atenuação da mudança climática.

"Desde muito cedo, a Colômbia reconheceu a importância dessa ferramenta para alcançar os objetivos, como se pode apreciar na quantidade de projetos executados desde 1950 em diferentes regiões do país, ainda que a maioria deles tenha se iniciado depois do ano de 2002”, afirma o Centro.

Os autores da pesquisa, Carolina Murcia, diretora da área científica da Organização para Estudos Tropicais, e Manuel Guariguata, pesquisador do CIFOR e coordenador regional para América Latina, analisaram 119 projetos de restauração realizados em bosques, mangues, entre outros ecossistemas.

Um dos principais resultados do estudo se refere ao papel desempenhado pelo Estado. As entidades governamentais têm sido o principal agente responsável de financiamento, execução e monitoramento de mais de dois terços dos projetos, segundo Murcia e Guariguata. Esses esforços envolvem todos os níveis governamentais, desde instituições nacionais e regionais até entidades municipais. Mais da metade das terras onde foram executados os projetos são de propriedade do Estado.

As organizações não governamentais (ONGs) e instituições acadêmicas, por outro lado, tiveram menos projetos a seu cargo. No entanto, conseguiram disseminar resultados com mais êxito que as entidades do governo, uma vez que os apresentaram em conferências, artigos científicos em revistas especializadas nacionais e internacionais e na web, segundo a pesquisa.

No geral, o estudo oferece conclusões importantes e razões para não perder o otimismo. As experiências podem proporcionar também o conhecimento técnico necessário que apoiará a incorporação da restauração nos planos do governo, assim como uma base de conhecimento para o emergente quadro de jovens profissionais.

"Necessitamos uma cultura de reflexão em torno da gestão florestal na América Latina à medida que evoluem as preferências da sociedade, enquanto os bosques necessitam cumprir múltiplas funções; este tipo de evoluções contribui para estes fins”, avaliou Guariguata.

Fonte: Adital