PCdoB reverencia Independência da Bahia em desfile ao 2 de Julho

A realização da Copa do Mundo no Brasil não ofuscou a tradicional festa do 2 de Julho, que marca a vitória do povo da Bahia nas lutas pela independência do país, em 1823. O 191º aniversário da liberdade do Brasil no Estado, que se deu com a expulsão das tropas portuguesas, contou com a participação de políticos, dirigentes dos movimentos sindical e social, militares, estudantes e populares, que saíram em desfile pelas ruas do Centro de Salvador, nesta quarta-feira (2/7).

2 de julho em 2014 - Reprodução

A abertura da festa aconteceu no início da manhã, com o hasteamento das bandeiras do Brasil, Bahia e Salvador, e com o depósito de flores no monumento ao general francês Labatut, que comandou as tropas baianas no enfrentamento à Coroa Portuguesa. A homenagem ao general está na Lapinha, ponto inicial do primeiro desfile, que terminou na Praça Municipal, onde foram deixadas as imagens do Caboclo e da Cabocla, ícones da Independência.

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Com a intensa participação popular, os desfiles serviram de um espaço para reivindicação, confraternização, apresentação de fanfarras e homenagens aos principais heróis do 2 de Julho, que, além de Labatut, ainda tem Maria Quitéria, João das Botas, Joana Angélica, entre outros. Foi também um momento para esquentar a disputa política, com a aproximação da campanha eleitoral, que começa oficialmente no próximo sábado (5).

O partido mais antigo do Brasil, cuja trajetória está marcada pela participação em lutas populares, também esteve no cortejo. Com faixas e bandeiras, a militância do PCdoB percorreu o Centro como forma de reverenciar o marco histórico que representa a grande vitória do povo baiano. Para o presidente do Partido na Bahia, deputado federal Daniel Almeida, o 2 de Julho torna possível uma combinação de civismo, política e manifestação popular.

Daniel Almeida também comentou a polaridade com que estão se desenhando as eleições em nível nacional e estadual, ao falar sobre a tradição da Bahia de promover mobilizações populares, como a que culminou na Independência. “Esse ano teremos mais a vitória do povo, com a eleição de Rui [Costa, candidato ao Governo pelo PT] e Dilma [Rousseff, que tenta reeleição à Presidência também pelo PT]. É gente que se identifica com o povo”.

Também no desfile, a presidenta do PCdoB-Salvador, Olívia Santana, destacou a bravura da população baiana, ao enfrentar as tropas portuguesas. “O povo de Salvador e do Recôncavo lutou com sangue pela Independência”. Para ela, é com as lutas do povo que o PCdoB sempre esteve e sempre estará sintonizado, na busca por justiça social.

2 de julho é nacional

A partir da iniciativa do PCdoB, o 2 de Julho foi elevado, no ano passado, ao calendário histórico nacional de efemérides. A autora do projeto de lei, deputada federal Alice Portugal, esteve na festa e afirmou que a participação teve um sabor mais especial por conta do reconhecimento da data magna da Bahia, que agora é nacional.

“[A elevação do 2 de Julho] Era um questionamento, inclusive, dos historiadores. Nós rompemos e transformamos em lei. Sem dúvidas, estar aqui hoje, com o reconhecimento, tem um sabor diferente”, afirmou Alice.

Os festejos pela Independência da Bahia continuaram à tarde, com desfile na Avenida Sete de Setembro, e com a apresentação de filarmônicas, no Campo Grande, onde está instalado um monumento aos heróis do 2 de Julho.

De Salvador,
Erikson Walla