Organizações repudiam uso de agrotóxicos de Benzoato de Emamectina

A poder judiciário da Bahia quer autorizar os produtores de algodão e soja do oeste do estado a utilizarem em suas lavouras o benzoato de emamectina. As lavouras da atual safra de algodão e soja da região vêm sofrendo com o ataque de uma lagarta, conhecida como Helicoverpa Armigera.

Benzoato de Emamectina - Reprodução

Entretanto, organizações sociais que compõem a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida lançaram uma carta em repúdio à liberação de agrotóxicos que contenham o produto benzoato de emamectina.

O Ministério Público da Bahia já havia entrado com uma ação para proibir o uso desse agrotóxico. Acontece que a Justiça suspendeu a decisão, que agora será julgada pelo Pleno do Tribunal de Justiça no próximo dia 23 de julho.

Segundo as entidades que compõem a campanha, existem diversas iniciativas para conter a expansão dessa lagarta, porém os produtores e a Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia preferiram recorrer a um produto altamente tóxico na defesa de uma solução mais imediata, mas que incorre em riscos à saúde e ao meio ambiente.

Esse produto não possui registro e nunca foi usado no Brasil. Em 2007, a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indeferiu o registro do produto feito pela empresa Syngenta, ao afirmar que o benzoato de emamectina contém alto grau de neurotoxidade e é altamente perigoso à saúde em qualquer dose utilizada.

A Secretaria de Saúde da Bahia e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) também se mostraram contrários ao uso.

Fonte: MST