Sobre terminologia: O fascismo da junta no governo da Ucrânia
Mais uma vez, sobre a essência da Junta de Kiev, que é algo que alguns de nós ainda tendem a negar. Tomemos a definição clássica de fascismo, de Georgi Dimitrov, considerada a mais clara definição de fascismo, do ponto de vista da teoria comunista na URSS.
Do blogue Colonel Cassad*
Publicado 23/07/2014 09:04
1. Como se pode ver, os oponentes da Junta de Kiev são abertamente aterrorizados, o que inclui exterminação física, intimidação, sequestros com captura de reféns, prisões ilegais, detenções, tortura e outros elementos do terrorismo. Um pequeno grupo de pessoas que chegou ao poder por meio de golpe autoriza e supervisiona esse terror. Essa ditadura em Kiev é estreitamente reacionária e representa as formas mais radicais do nacionalismo e do fascismo integralistas ucranianos, os quais, como se vê nas declarações feitas por Yarosh, não ocultam as próprias tendências imperialistas, em primeiro lugar à custa da Federação Russa capitalista.
2. A Ucrânia é governada pelos representantes de um grande capital financeiro. Bilionários competem contra bilionários pela presidência do país. Os candidatos mais prováveis são Poroshenko, o bilionário, e Tymoshenko, a milionária. O bilionário Kolomoisky é grande poder na Ucrânia. Os bilionários Taruta e Akhmetov foram enviados para pacificar a rebelião no Donbass. Em outras palavras, pode-se ver uma clara implementação do governo por representantes de grande capital financeiro. Poroshenko não será talvez capitalista das finanças, e dos maiores? E Kolomoisky, não seria, talvez grande capitalista das finanças? Por tudo isso, negar a essência dos principais beneficiários do golpe em Kiev sugere, ou evidente incompreensão do que é o capitalismo, ou desejo de defender os detonados modelões capitalistas.
3. O governo da Ucrânia está sendo implementado mediante opressão das massas ignorantes e inconscientes, de proletários, e mediante terrorismo declarado contra a parte da classe trabalhadora, da inteligência, da pequena burguesia que manifesta opiniões contra a ditadura fascista e o monopólio do grande capital implantado dentro do governo. O grande capital converteu-se, ele mesmo, na Ucrânia, em regime e governo; e os esquadrões fascistas tornaram-se instrumentos para construir o sistema fascista de governo, que sempre é construído em ditaduras de terroristas.
4. Não é muito difícil reconhecer que o fascismo ucraniano cultiva ódio contra outros povos seja na sua política interna, seja na sua política externa – primeiramente contra os russos; e também contra os poloneses, em menor grau. Há ali também considerável antissemitismo. A russofobia é atualmente a pedra de toque na ideologia do regime de Kiev, que prega abertamente a opressão e o extermínio de pessoas por causa de sua etnia, cultura e idioma.
Como se vê, pois, a situação na Ucrânia confere 100% com a definição clássica de Dimitrov. O que se vê no regime da Junta de Kiev, na Ucrânia, é exatamente fascismo, na sua forma mais pura e clássica.
*O blogue Coronel Cassad publica artigos em russo, também traduzidos para o inglês, sobre a situação na Ucrânia.
Fonte: Rede Castorphoto
Tradução: Vila Vudu