Farc pedem que colombianos deixem o ódio de lado para consolidar a paz

Segundo o líder da delegação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Iván Márquez, que participa das negociações de paz com o governo de Juan Manuel Santos em Havana, “é necessário ter humildade e espírito de perdão para facilitar os acordos”. Segundo declarações dadas por ele nesta terça-feira (12), os sentimentos de ódio e vingança devem ficar no passado para que o caminho para a paz fique livre para todos os colombianos.

Ivan Márquez Farc - Franklin Reyes/ AP

As partes retomaram hoje os diálogos, centrados no tema das vítimas, quinto ponto da agenda. Este é o 27º ciclo das conversações, a novidade é a participação de alguns dos afetados pelo conflito na mesa de paz.

De acordo com Márquez, “as discussões sobre as vítimas, iniciadas nesta manhã permitirão encontrar as chaves para abrir o caminho da reconciliação no país”. Com essa finalidade, representantes dos afetados pelo conflito mais antigo da América latina devem chegar à havana no próximo sábado (16), onde apresentarão seus testemunhos e propostas para implementar mecanismos que garantam os seus direitos.

Iniciativas unilaterias

Em outro momento do comunicado transmitido à imprensa por Márquez, as Farc rejeitaram a implementação de iniciativas unilaterais como o chamado “marco jurídico para a paz”, ao considerar que isso pode criar obstáculos ao processo.

Leia também:
Com as vítimas, Farc e governo da Colômbia voltam a negociar a paz

Segundo o chefe da delegação insurgente, esse ato legislativo – aprovado em 2012 pelo Congresso – não foi fruto de um consenso entre as partes. Ele lembrou que o documento “Acordo geral para o término do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura” – assinado por todos os participantes da negociação e que estabelece as diretrizes para o diálogo – diz que as partes não podem dar-se o direito para definir temas não abordados na mesa de conversações. Sendo assim, Márquez pediu respeito ao texto do pré-acordo.

Théa Rodrigues, da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Prensa Latina