OMS autoriza uso de medicamento experimental para tratamento do ebola

A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou, nesta terça-feira (12), a aprovação para o uso de medicamentos experimentais no tratamento do surto de ebola, na África.

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Por conta do grande número de casos registrados da doença, a entidade realizou na segunda-feira (11) uma consulta, com especialistas do mundo todo, para definir a viabilidade de utilizar medicamentos que ainda não estão com a eficácia comprovada.

“Nas circunstâncias particulares deste surto, e desde que estejam preenchidas determinadas condições, o painel chegou a um consenso de que é ético oferecer intervenções não comprovadas com eficácia e efeitos adversos ainda desconhecidos, como tratamento ou prevenção potencial”, diz um comunicado da OMS.

“Estamos experimentando o maior, mais grave e mais complexo surto do vírus ebola da história. Os surtos de ebola podem ser contidos por meio de intervenções como a detecção precoce e o isolamento, o rastreamento e monitoramento de pessoas que tiveram contato com doentes, e a adesão a procedimentos rigorosos de controle de infecção. No entanto, um tratamento ou uma vacina específica seriam trunfos poderosos para combater o vírus”.

Como condição para que estes tratamentos experimentais possam ser utilizados, a OMS estabeleceu critérios éticos, isso inclui uma transparência sobre todos os aspectos que envolvam a intervenção, assim como, os resultados dos tratamentos. Também é importante que o paciente seja adequadamente informado sobre as implicações e que ele dê o consentimento para a utilização do medicamento. A entidade definiu ainda como parâmetros éticos para o uso: a liberdade de escolha, a confidencialidade, o respeito pela pessoa, a preservação da dignidade e o envolvimento da comunidade.

A Libéria, país mais afetado pelo surto de ebola até o momento, será o primeiro país da África a receber as drogas experimentais. Estes medicamentos foram utilizados em dois pacientes no EUA, que parecem estar respondendo bem ao tratamento, e em um homem na Espanha, que não resistiu à doença e morreu.

O número de mortes contabilizadas por conta do ebola passa de 1.010. Quase 1.900 casos de infecção já foram detectados. O vírus possui uma letalidade de 90% e os casos estão concentrados, por enquanto, na Libéria, Nigéria, Guiné e Serra Leoa.

Por Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho